X

Pescadores consideram planos de dessalinização do Algarve uma “tragédia”

Pescadores consideram planos de dessalinização do Algarve uma “tragédia”
Quinta-feira 11 Abril 2024 - 18:30
Zoom

A Associação dos Armadores Pescadores de Quarteira ( QUARPESCA ) alertou que a instalação de uma estação de dessalinização na Praia da Falésia, concelho de Albufeira (Faro), será “uma tragédia”.

“A dessalinização é uma possibilidade que deve ser utilizada como último recurso – quando todas as outras alternativas tiverem sido esgotadas. E esta localização é uma tragédia para os pescadores – a dessalinização tem um consumo de energia muito elevado e grandes impactos ambientais”, destacou esta associação.

Para a QUARPESCA, a “eventual implementação deste projeto põe em causa a qualidade e quantidade do pescado” naquelas águas.

“Consequentemente, impossibilita que muitas famílias de pescadores que vivem do mar se sustentem”, frisou, garantindo que os pescadores não aceitarão que isso “poluirá e arruinará o seu local de trabalho e lutarão até à exaustão contra esta situação”. crimes ambientais”.

Em desacordo com o projeto, os pescadores destacaram ainda, no comunicado, que têm “perfeita consciência dos problemas gerados pela falta de água no Algarve”.

“Até porque essa mesma água (das chuvas) contém nutrientes importantes para o desenvolvimento e atração de diversas espécies de peixes para o litoral. A Praia da Falésia é uma das praias mais procuradas para o turismo. Um motivo de orgulho para nós do Algarve”, destacou a QUARPESCA.

Para a associação de pescadores, a construção da estação “é contraditória com as orientações da União Europeia”, porque não promove a proteção das zonas costeiras e marítimas do Algarve e não respeita o princípio básico de ‘não causar danos significativos (DNSH)’ (…) de financiamento público e privado”.

Esta associação manifestou ainda surpresa por este tipo de projetos estarem a ser planeados “a apenas cinco milhas” de uma Área Marinha protegida, o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, em que “o objetivo é preservar as 1.294 espécies marinhas”.

 


Leia mais