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Algarve celebra potencial regresso da F1 em 2027
O anúncio do primeiro-ministro português na semana passada de que o país está pronto para “formalizar” o retorno da Fórmula 1 ao Algarve em 2027 foi recebido com grande entusiasmo na região.
Em declarações na tradicional festa de verão do PSD no Algarve, a Festa do Pontal, Luís Montenegro disse que o governo tem “tudo pronto” para o regresso da F1 ao Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, que recebeu corridas pela última vez em 2020 e 2021, durante a pandemia da Covid-19.
Embora o momento do anúncio de Montenegro tenha sido fortemente criticado (visto que foi feito em uma festa no sul de Portugal, enquanto áreas substanciais do norte estão sendo destruídas por incêndios violentos), ele também trouxe esperança renovada para os líderes locais que há anos pedem o retorno do esporte automobilístico mais popular do mundo.
Em declarações ao jornal desportivo Record , o presidente da Câmara de Portimão, Álvaro Bila, descreveu o anúncio como uma “excelente notícia” e aplaudiu a decisão de trazer a F1 de volta “a um dos melhores circuitos do mundo”, sublinhando que o impacto do evento irá muito além dos “três dias” de corrida.
A indústria hoteleira do Algarve também reagiu positivamente. Hélder Martins, presidente da principal associação hoteleira da região (AHETA), afirmou que o evento representa "uma oportunidade de negócios saudáveis" e uma promoção internacional sem precedentes. Recordou que, na última vez que a corrida foi realizada, "para muitos hotéis de luxo, aquela semana foi a melhor de sempre".
Miguel Praia, diretor comercial do Autódromo Internacional do Algarve, foi mais reservado. Contactado pela agência Lusa, afirmou que "de momento, não é possível acrescentar mais informações à declaração do Primeiro-Ministro". Acrescentou, no entanto, que o circuito sempre "manteve o canal aberto com a Fórmula 1", uma política iniciada pelo falecido Paulo Pinheiro, fundador do circuito.
Mas enquanto os líderes locais comemoram, analistas alertam que garantir uma vaga no calendário lotado da Fórmula 1 não será fácil. Segundo a Rádio Renascença , o campeonato de F1 já conta com 24 corridas por temporada – o máximo que muitas equipes estão dispostas a tolerar – e a competição entre os aspirantes a sede é acirrada. África do Sul, Tailândia, Turquia e vários outros países também estão fazendo lobby por uma vaga, relata a RR.
Uma solução possível é a rotação de corridas. Com contratos como o de Spa-Francorchamps, na Bélgica, já estruturados para a alternância, a melhor chance de Portugal pode ser compartilhar uma vaga a partir de 2028, dependendo do que acontecer com Barcelona e a nova corrida de rua de Madri.
O ônus financeiro de trazer um evento de tão alto nível para Portugal representa outro desafio. A ex-prefeita de Portimão, Isilda Gomes, mencionou no passado uma taxa de hospedagem de cerca de € 25 milhões, em linha com o que é normalmente pago por outros países europeus. No entanto, os defensores argumentam que o retorno em visibilidade global e receita turística supera em muito o investimento.
A RR também listou os prós e contras do autódromo do Algarve, levando em consideração suas duas temporadas anteriores como sede da F1, em 2020 e 2021. Do lado positivo, o circuito de Portimão recebeu ótimas avaliações dos pilotos por suas mudanças de elevação e curvas técnicas que parecem uma montanha-russa. "A pista é incrível. Demorou algumas voltas para entrar no ritmo, porque muitas curvas são cegas, mas depois que você consegue, é realmente divertido", disse Charles Leclerc em 2020. Pierre Gasly acrescentou que nas primeiras voltas sentiu "como se estivesse em uma montanha-russa".
“É muito desafiador — muitas curvas cegas, alta velocidade, baixa velocidade, frenagem combinada com curvas — então é bastante incomum”, explicou o francês.
Lewis Hamilton, então hexacampeão mundial pela Mercedes, estava igualmente entusiasmado. "Saindo da Curva 8, você olha para o céu por um tempo e não tem ideia do que está além do topo. Na Curva 11, você não sabe onde está e, de repente, está na curva", descreveu.
No entanto, a preparação do autódromo para sediar um evento global desta magnitude continua sendo uma das maiores preocupações. Edições anteriores expuseram problemas com vias de acesso, estacionamento e instalações para espectadores insuficientes. Resta saber se essas questões serão resolvidas, enquanto o Algarve aguarda a confirmação oficial da Federação Internacional do Automóvel (FIA) – que organiza o Campeonato Mundial de F1 – de que o campeonato retornará ao Algarve em 2027.