-
17:30
-
17:02
-
16:45
-
16:15
-
16:00
-
15:17
-
14:32
-
14:19
-
13:50
Siga-nos no Facebook
Presidente ouvirá partidos sobre mudanças do governo na lei de estrangeiros
O presidente Marcelo receberá hoje delegações dos partidos comunistas CHEGA, LIVRE e PCP para ouvir suas opiniões sobre as propostas de mudanças na "lei de estrangeiros" que têm inflamado grupos de imigrantes e de esquerda.
Marcelo receberá também a recém-eleita líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, que substitui Rui Rocha.
O CHEGA, que apoiou as alterações do governo relativas à entrada, permanência e afastamento de estrangeiros no país, será recebido por Marcelo no Palácio de Belém às 17h, seguido pela esquerda LIVRE às 18h, pela Iniciativa Liberal às 19h e pelos Comunistas (PCP) às 20h15.
Uma audiência do Bloco de Esquerda está marcada para quinta-feira (apesar de ter sido o Bloco de Esquerda quem primeiro pediu uma audiência com o presidente em decorrência dessa política).
Como a maioria das pessoas já sabe, o LIVRE, o PCP e o Bloco de Esquerda opõem-se veementemente às alterações aprovadas na passada quarta-feira, enquanto o CHEGA quer que o Presidente Marcelo promulgue o decreto o mais rapidamente possível.
O novo regime limita os vistos de trabalho a “trabalhos qualificados” – para pessoas com “habilidades técnicas especializadas”, a serem definidas posteriormente por decreto – e restringe a reunificação familiar a filhos/menores dependentes.
As alterações foram aprovadas com os votos a favor do Partido Social Democrata (PSD), CHEGA e Partido Democrata Cristão (CDS-PP), votos contra dos Socialistas (PS), LIVRE, Partido Comunista (PCP), Bloco de Esquerda (BE), Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e Partido Popular (JPP), e abstenções da Iniciativa Liberal (IL). Segundo o sítio do parlamento, o decreto foi enviado ao Palácio de Belém no dia seguinte, quinta-feira.
No dia da votação, a líder do BE, Mariana Mortágua, anunciou que recorreria ao Presidente da República como “último recurso” para vetar o decreto — não só pelo seu conteúdo, mas também pelo processo precipitado da sua aprovação no parlamento — sem tempo para pareceres do Conselho Superior da Magistratura e do Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, nem para qualquer tipo de consulta às associações de imigrantes.
Mais tarde, a líder parlamentar do LIVRE, Isabel Mendes Lopes, anunciou uma iniciativa semelhante, com o mesmo objetivo, de que Marcelo Rebelo de Sousa devolvesse o decreto ao parlamento para um debate mais amplo.
Dois dias depois, foi a vez do líder do CHEGA, André Ventura, anunciar um pedido de audiência com o chefe de Estado sobre o mesmo assunto – mas pedir-lhe que promulgasse o decreto com urgência, considerando que, caso contrário, o presidente Marcelo se colocaria como “um obstáculo ao controlo migratório e à segurança do país”.
No domingo, o líder do PCP, Paulo Raimundo, anunciou que também pediu uma audiência mais abrangente com o Presidente da República sobre “a situação geral do país”, que descreveu como estando “mantida a fio” – destacando o encerramento dos serviços de urgência dos hospitais, e incluindo a questão das alterações às regras de entrada e residência de estrangeiros.
As alterações ao regime de entrada e permanência de estrangeiros foram consubstanciadas num texto de substituição apresentado pela Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, elaborado com base numa proposta do Governo PSD/CDS-PP e num projeto de lei do CHEGA.
No que respeita à concessão de autorização de residência a cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) abrangidos pelo respetivo acordo de mobilidade, o novo regime impõe como condição a posse prévia de visto de residência – enquanto atualmente basta um visto de curta duração ou a entrada legal em território português.
De acordo com a Constituição, o presidente do país tem 20 dias para promulgar ou exercer seu direito de veto em relação a qualquer decreto do parlamento e pode solicitar ao Tribunal Constitucional que revise sua constitucionalidade dentro de oito dias após o recebimento do decreto.
Esses oito dias terminarão na época em que Marcelo terá sua audiência com Mariana Mortágua.