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Declínio do financiamento ocidental leva a MINURSO a procurar novo apoio internacional
À medida que o debate internacional sobre o seu futuro se intensifica, a missão das Nações Unidas no Saara Marroquino (MINURSO) procura garantir a sua continuidade procurando o apoio de potências mundiais que ainda não tomaram uma posição definitiva, como a Rússia e a China. A Alemanha está entre os poucos países que prestaram recentemente um apoio financeiro significativo, com um contributo superior a 82 milhões de euros para reforçar as capacidades da missão em formação, energias renováveis e logística.
Esta mobilização ocorre num contexto de redução acentuada do financiamento por parte de várias grandes potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos e a França. Esta retirada reflecte uma alteração no equilíbrio das posições internacionais e impõe um novo contexto à MINURSO, ao qual esta tenta adaptar-se alargando a sua rede de parceiros.
As grandes potências anunciaram recentemente o fim do seu apoio financeiro à missão, em linha com o seu crescente apoio à soberania marroquina sobre o Saara e à iniciativa de autonomia proposta como uma solução política fiável para o diferendo. Esta alteração poderá influenciar significativamente a gestão do dossier no Conselho de Segurança nos próximos meses.
O pedido de apoio da MINURSO a outros Estados demonstra que o seu papel no terreno está a tornar-se cada vez mais frágil, num contexto marcado por transformações geopolíticas concretas e por um realinhamento de posições a nível internacional. Esta procura de financiamento parece, portanto, ser uma tentativa provisória de gerir uma fase de transição.
A retirada de partes do cessar-fogo e as persistentes ameaças à segurança das populações nas províncias do Sul colocam em causa a utilidade operacional da missão. As suas intervenções são cada vez mais limitadas, principalmente a leste do muro de areia, onde as milícias operam sem restrições reais, dificultando o cumprimento dos mandatos da missão.
As recentes acções da MINURSO reflectem uma crescente consciência da sua fragilidade institucional. O apoio financeiro pontual de certos países não significa necessariamente um compromisso político duradouro, mas antes um desejo de evitar um vazio estrutural de curto prazo, enquanto o equilíbrio de poder se desloca a favor da posição marroquina.
A retirada gradual do financiamento envia uma forte mensagem política, exigindo uma mudança para além da gestão técnica da questão para implementar uma nova abordagem focada numa solução concreta e definitiva. A utilização da Rússia e da China não deve ser vista como um alinhamento estratégico, mas como uma tentativa de reposicionamento diplomático no seio do Conselho de Segurança, com o objectivo de convencer os membros hesitantes da relevância da actual missão.
No entanto, esta estratégia tem os seus limites, pois não consegue mascarar a transformação fundamental no tratamento dos conflitos a nível global. O contexto geopolítico internacional já não favorece a extensão indefinida de missões de baixo impacto da ONU. As Nações Unidas são agora chamadas a romper com as prorrogações automáticas e a conceber um quadro de negociação adaptado às novas dinâmicas, em consonância com o crescente reconhecimento da iniciativa de autonomia marroquina.
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