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Bolsas globais pressionadas por receios de recessão nos EUA
Os mercados bolsistas globais sofreram pesadas perdas na segunda-feira, alimentadas principalmente pelos receios de uma recessão económica nos Estados Unidos. Na Europa, a incerteza intensificou-se com a possível desaprovação parlamentar do enorme plano de investimento apoiado pela Alemanha.
Em Wall Street, os índices bolsistas caíram acentuadamente. O índice Dow Jones Industrial Average perdeu 2,08%, enquanto o índice S&P 500 caiu 2,70%. A maior queda foi do Nasdaq, que caiu 4%, o seu pior desempenho desde 2022. O declínio foi impulsionado por resultados dececionantes dos gigantes tecnológicos. A Tesla teve uma queda de 15,43%, a Meta uma perda de 4,42%, e outros grandes nomes como a Microsoft, a Alphabet, a Apple e a Amazon também viram as suas ações desvalorizarem.
O mercado parece preocupado com uma recessão iminente, que está a afectar particularmente as empresas de elevado valor. De acordo com o analista Andreas Lipkow, "os receios de uma potencial recessão parecem estar a alastrar, pressionando as ações de algumas empresas muito sobrevalorizadas". Os investidores apontam também para as prioridades da administração Trump, que estão mais focadas nas tarifas do que nas reformas económicas prometidas, o que gerou desilusão nos mercados.
No entanto, um funcionário da Casa Branca fez questão de tranquilizar, dizendo que havia uma divergência notável entre as reações emocionais dos mercados e a realidade económica observada nas empresas.
A incerteza também afetou os rendimentos dos títulos dos EUA. Os rendimentos dos títulos públicos a dez anos caíram para 4,22%, face aos 4,30% da sexta-feira passada.
Na Europa, a situação continua a ser preocupante. O índice DAX, que representa a bolsa alemã, caiu 1,69%, arrastando no seu rasto outros índices europeus: Paris perdeu 0,90%, Londres 0,92% e Milão 0,95%. A queda deve-se à crescente preocupação de que o plano de investimento maciço do governo alemão possa ser rejeitado, o que poderá prejudicar o crescimento económico europeu.
O setor bancário também foi afetado. Os bancos franceses, britânicos, alemães e americanos registaram quedas significativas. O Societe Generale perdeu 5,25%, o Monte dei Paschi di Siena 4,54% e o Deutsche Bank 2,33%. Nos Estados Unidos, o JPMorgan Chase, o Goldman Sachs e o Bank of America registaram perdas superiores a 3%.
O sector petrolífero não foi poupado às preocupações económicas. O preço do barril de petróleo Brent caiu 1,54%, atingindo os 69,28 dólares, enquanto o West Texas Intermediate perdeu 1,51%, estabilizando nos 66,03 dólares. As preocupações com o excesso de oferta e a queda da procura estão a lançar uma nuvem negra sobre o setor.
A situação continua incerta e os mercados globais enfrentarão grandes desafios económicos nas próximas semanas, com especial atenção à evolução das políticas dos EUA e às tensões internas na Alemanha.
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