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Bitcoin e riscos financeiros: os desafios da supervisão em Marrocos
O Bitcoin registou um aumento significativo do seu valor, principalmente após a vitória do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que favoreceu um ambiente mais aberto às criptomoedas. Este rápido crescimento suscitou preocupação entre as autoridades marroquinas, na ausência de um quadro jurídico claro que regule estas moedas, que são cada vez mais perigosas devido à sua utilização para financiar atividades ilegais, como o contrabando e o branqueamento de capitais.
Desde a eleição de Trump, o valor do Bitcoin aumentou 45%, refletindo o otimismo do mercado sobre um ambiente regulatório favorável para as criptomoedas. Apesar deste crescimento, as autoridades marroquinas, como o Banco de Marrocos e outros organismos reguladores financeiros, não emitiram qualquer reacção oficial a esta transformação, depois de anunciarem alertas em 2022 sobre os perigos das moedas virtuais.
Neste contexto, Marrocos está a preparar projetos de lei para regular as criptomoedas, com o apoio do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. Perante a crescente utilização destas moedas em actividades ilegais, como o financiamento do terrorismo e do tráfico de droga, o Gabinete de Câmbio Marroquino lançou uma comissão especial para monitorizar estas operações ilegais, em coordenação com o Banco de Marrocos, a administração aduaneira e outras agências .
Apesar das medidas regulamentares, os casos de fraude aumentaram no mercado marroquino, uma vez que os relatórios indicam que os fundos transferidos para endereços ilegais em 2023 ultrapassaram os 24 mil milhões de dólares a nível mundial. Marrocos também testemunhou o aumento de métodos fraudulentos, como o comércio de cópias e o tapete pull, onde os burlões exploram a fraca supervisão regulamentar para atrair investidores e enganá-los com retornos elevados.
Estes fenómenos reflectem a necessidade urgente de desenvolver leis regulamentares para proteger os investidores em Marrocos destes riscos financeiros crescentes.