Marrocos: Um baluarte regional contra o terrorismo e uma ponte de segurança entre África e a Europa
A localização estratégica de Marrocos na encruzilhada de África, da Europa e do mundo árabe fez dele um pilar fundamental da estabilidade regional, mas também o coloca na mira de grupos terroristas que procuram a expansão, de acordo com um novo relatório da revista Modern Diplomacy.
O relatório, intitulado “Porque é que o ISIS no Sahel considera Marrocos um alvo principal?”, refere que as organizações terroristas, incluindo o Estado Islâmico no Grande Saara, as facções do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, o Boko Haram e a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico, vêem Marrocos como um grande obstáculo para atingir os seus objectivos.
Para além da desestabilização regional, estes grupos vêem Marrocos como um alvo crítico devido ao seu papel no reforço das defesas da Europa contra o terrorismo transfronteiriço. O relatório sublinha que a forte cooperação em matéria de segurança de Marrocos com Espanha, Estados Unidos e França tem sido fundamental para desmantelar células terroristas e prevenir ataques.
Desde 2002, as autoridades marroquinas desmantelaram mais de 200 células terroristas, muitas das quais têm ligações a redes jihadistas na região do Sahel-Saara, na Síria e no Iraque. O relatório enfatizou que o país reforçou o seu papel como um importante ator na luta contra o terrorismo através de inteligência avançada, operações de contra-informação e análise precisa da rede.
Os esforços de Marrocos vão para além da segurança fronteiriça, uma vez que o país trabalha em estreita colaboração com os países do Sahel e os aliados ocidentais para desmantelar as redes jihadistas.
De acordo com o relatório, as capacidades de inteligência, as medidas de controlo fronteiriço e a vigilância aérea de Marrocos reduziram significativamente o trânsito de combatentes estrangeiros do Magrebe para a região do Sahel.
Marrocos adota estratégia híbrida para combater o terrorismo
O relatório destaca ainda a influência de Marrocos nas esferas política e diplomática, e a sua promoção de uma estratégia dupla de segurança e desenvolvimento para alcançar a estabilidade na região do Sahel. Através de ajuda económica e esforços humanitários,
Marrocos reduziu o apelo dos grupos jihadistas entre as comunidades vulneráveis, reprimindo as redes de financiamento do terrorismo nas suas províncias do Sul, bem como na Mauritânia e no Mali.
O país do Norte de África conta com uma estratégia híbrida de combate ao terrorismo que combina inteligência, diplomacia e desenvolvimento económico. Atualizou os seus sistemas de vigilância e promoveu uma interpretação moderada do Islão para combater as ideologias extremistas.
De acordo com o relatório, Marrocos tornou-se um alvo e uma força líder na segurança regional, empregando uma doutrina de defesa robusta que melhora a segurança nacional, fortalece as alianças estratégicas e integra as mais recentes tecnologias de vigilância, coordenação interinstitucional e mecanismos para combater ameaças híbridas.
Marrocos continua a modernizar as suas forças de segurança para combater o terrorismo
As forças de segurança marroquinas continuam a modernizar-se utilizando tecnologia avançada, inteligência e sistemas de vigilância electrónica para antecipar e neutralizar as ameaças emergentes. As suas parcerias internacionais com os Estados Unidos, a União Europeia e países africanos reforçam o seu papel de fornecedor global de segurança.
Além disso, Marrocos desempenha um papel importante no treino das forças do Sahel sob a supervisão do Gabinete Antiterrorismo das Nações Unidas em Rabat. A sua participação em iniciativas multilaterais, como o Focus Africa, foi crucial para desmantelar as redes jihadistas e fazer face às ameaças transnacionais.
O relatório concluiu que a abordagem de segurança integrada de Marrocos fez dele um baluarte resiliente contra o terrorismo, um modelo de adaptação face aos desafios em evolução e um parceiro estratégico para os Estados Unidos e a Europa na protecção do flanco sul da NATO e na gestão dos fluxos migratórios.