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Stellantis muda de rumo: o boom automóvel de Marrocos levanta questões para a indústria transformadora europeia
O panorama da indústria automóvel está a sofrer uma transformação significativa à medida que a Stellantis, a empresa multinacional de fabrico automóvel, aumenta a produção em Marrocos, ao mesmo tempo que reduz as operações em Itália. Este movimento estratégico suscitou preocupações entre os especialistas da indústria e as autoridades locais sobre o futuro da produção automóvel na Europa.
A Stellantis investiu aproximadamente 300 milhões de euros na sua fábrica de Kenitra, em Marrocos, com planos ambiciosos para duplicar a sua capacidade de produção de 200.000 para 400.000 veículos anuais. Esta expansão ocorre numa altura em que a fábrica da empresa em Melfi, Itália, registou uma redução substancial da sua força de trabalho. A outrora próspera instalação italiana, que chegou a empregar até 7.800 trabalhadores entre 2014 e 2016, funciona agora com um pessoal reduzido de 5.425. A rede de fornecedores locais também passou por uma recessão semelhante, com o número de colaboradores a cair de mais de 5.000 para 3.500.
Francesco Somma, presidente da Confindustria Basilicata, expressou a sua apreensão sobre a situação, afirmando: "A reorganização da unidade de produção da Stellantis em Melfi está a progredir e a cadeia de abastecimento está a lutar para acompanhar o ritmo do cliente devido à baixa visibilidade em novos pedidos e volumes de produção futuros." Somma sublinhou que as próximas semanas serão cruciais para tentar inverter esta tendência e influenciar uma estratégia industrial que prevê actualmente que Melfi produza menos de metade da sua capacidade máxima de produção.
Estas preocupações são partilhadas pelos representantes sindicais e pelo presidente da Câmara de Melfi, Giuseppe Maglione. Destacaram a necessidade de reavaliar as escolhas feitas em relação aos veículos eléctricos e sublinharam a importância da Stellantis para a economia da região, dado o seu contributo significativo para o PIB da Basilicata.
O CEO da Stellantis, Carlos Tavares, elogiou recentemente o desempenho das fábricas espanholas da empresa, ao mesmo tempo que alertou para a crescente concorrência de Marrocos. Salientou que a verdadeira concorrência pelas fábricas da Península Ibérica reside no sul, incluindo Marrocos, e potencialmente na Argélia, Tunísia, Egipto e Turquia num futuro próximo.
Marrocos emergiu como um importante centro de produção automóvel, ultrapassando a China para se tornar o principal parceiro comercial automóvel da União Europeia em 2023. O país estabeleceu metas ambiciosas para expandir a sua capacidade de produção para um milhão de veículos anualmente até 2025, acima da a sua capacidade actual de 700.000. Com a sua localização estratégica, mão-de-obra económica, mão-de-obra qualificada e foco na produção de maior valor, Marrocos está a posicionar-se como um importante interveniente na indústria automóvel global.
Esta mudança na dinâmica da produção levanta questões importantes sobre o futuro da produção automóvel na Europa e as implicações económicas para as regiões fortemente dependentes desta indústria. À medida que a Stellantis e outros fabricantes continuam a investir em mercados emergentes como Marrocos, os decisores políticos europeus e os líderes industriais enfrentam o desafio de manter a competitividade e, ao mesmo tempo, dar resposta às preocupações dos trabalhadores e das comunidades locais afectadas pela estas alterações.
A evolução da situação sublinha a necessidade de uma estratégia abrangente que equilibre os benefícios económicos da indústria transformadora global com a preservação das indústrias e do emprego locais. À medida que o sector automóvel continua a evoluir, especialmente com a transição para os veículos eléctricos, é provável que o panorama da indústria sofra novas transformações, exigindo adaptabilidade e inovação de todas as partes interessadas envolvidas.