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Carlos Tavares (Stellantis): «A concorrência pelas fábricas espanholas é em Marrocos»
O CEO do Grupo Stellantis, Carlos Tavares, elogiou o trabalho das fábricas espanholas, confirmando o seu futuro para os próximos anos graças à capacidade de redução de custos nas instalações e à qualidade das montagens nas linhas de produção. No entanto, alertou para a ameaça que a concorrência de Marrocos representa para as instalações do fabricante automóvel em Vigo, Saragoça, Madrid e Mangualde – a sua fábrica em Portugal -.
A afirmação foi feita pelo gestor português num encontro com a comunicação social em que participou no âmbito do Salão Automóvel de Paris 2024, no qual a gigante automóvel apresentou as suas novidades para o próximo ano da Citroën, Peugeot, Leapmotor e Alfa Romeo.
«O futuro das fábricas em Espanha até agora é bastante risonho, porque têm trabalhado arduamente para melhorar a qualidade e reduzir os custos. Portanto, estão entre os melhores que temos na União Europeia, os melhores, e para Vigo, Madrid e Saragoça há bons planos», disse Tavares.
Fábricas da Stellantis em Espanha
Questionado pela OKDIARIO se as fábricas espanholas seriam afetadas pelo desembarque de marcas chinesas no Velho Continente, o CEO do Grupo Stellantis esclareceu dúvidas ao confirmar que não prevê problemas para as fábricas mesmo que os automóveis da China atinjam 10% de quota de mercado europeu.
«O que digo sempre aos meus amigos espanhóis e a todos os que me ouvem é que não devem olhar para norte, olhar para sul, porque do ponto de vista espanhol ou português, se olhares para norte dos Pirenéus, pareces bem e com qualidade, mas o a competição não está a norte", confessou.
Para Tavares, “a concorrência das fábricas da Península Ibérica está a sul”. «A competição é Marrocos, hoje; talvez muito em breve Argélia, Tunísia e Egipto, é onde está a competição e, claro, a Turquia. Assim, em vez de olhar para norte, para Espanha e Portugal, é preciso olhar para sul e é aí que está a concorrência.
Stellantis e emissões de CO2
A Stellantis demarcou-se da posição da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) e confirmou que irá cumprir o rigor das metas de emissões de CO2 impostas por Bruxelas para 2025.
«Na Stellantis encontramo-nos, portanto, numa posição ética, que consiste em estar do lado certo da história quando se trata de tomar uma decisão muito difícil. E, de facto, a nossa posição é única entre muitos fabricantes de automóveis europeus. Não pedimos qualquer tipo de atraso, pedimos apenas estabilidade nas regras, que são conhecidas há muitos anos e temos trabalhado muito nos últimos anos para estarmos prontos e estamos", insistiu Tavares.
Carlos Tavares, CEO da Stellantis, indicou que até ao final deste ano, a Stellantis terá à venda 42 veículos eléctricos apenas no segmento B, o que é muito importante para a Europa, por isso temos a tecnologia, as plataformas, os produtos e as capacidades que estamos dispostos a apoiar. Feito o seu trabalho de casa.