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União Europeia congela indefinidamente ativos russos na Europa

Sábado 13 - 09:31
União Europeia congela indefinidamente ativos russos na Europa

 

A União Europeia aceitou congelar indefinidamente as reservas do banco central russo, aproximando o bloco de garantir um apoio financeiro vital a Kiev, à medida que a guerra entra no quarto ano.

"Saúdo a decisão do Conselho sobre a nossa proposta de continuar a imobilização dos ativos soberanos russos", escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter, a 12 de dezembro.

A medida significa que cerca de 210 mil milhões de euros (245 mil milhões de dólares) em activos russos permanecerão bloqueados na UE até que pelo menos 15 países, representando mais de 55% da população da UE, votem pelo levantamento do congelamento.

Anteriormente, a manutenção da imobilização dos activos tinha de ser aprovada por todos os 27 Estados-membros de seis em seis meses, o que os tornava vulneráveis ​​a um veto da Hungria ou da Eslováquia, que ameaçaram repetidamente votar contra a renovação das sanções.

"Saúdo a decisão do Conselho sobre a nossa proposta de continuar a imobilização dos ativos", escreveu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter, a 12 de dezembro. Eliminado este risco, a decisão representa um passo em direção a um chamado "empréstimo de reparações", que disponibilizaria 90 mil milhões de euros (105 mil milhões de dólares) à Ucrânia nos próximos dois anos, garantidos pelos ativos congelados.

O anúncio surge pouco antes da cimeira do Conselho Europeu, nos dias 18 e 19 de Dezembro, onde os líderes da UE poderão desbloquear milhares de milhões de euros em activos russos para fornecer financiamento crucial a Kiev para o seu esforço de guerra.

Von der Leyen propôs o plano a 3 de dezembro, que cobriria dois terços das necessidades da Ucrânia nos próximos dois anos. Sem financiamento adicional, Kiev ficará sem dinheiro em meados de 2026.

Numa aparente resposta a relatos de imobilização por tempo indeterminado, o Banco Central da Rússia afirmou, em comunicado de imprensa, que processou a Euroclear, instituição financeira belga detentora da grande maioria dos ativos congelados da Europa, num tribunal de Moscovo, no dia 12 de dezembro.

Num outro comunicado de imprensa, também divulgado a 12 de dezembro, o Banco Central da Rússia classificou o empréstimo para reparações da UE como "ilegal" e "contrário ao direito internacional".

A maioria dos especialistas concorda que o empréstimo para reparações é uma resposta política bem elaborada às necessidades de financiamento da Ucrânia e à contínua agressão da Rússia no país.

O Banco da Rússia afirmou ainda que utilizará "todos os mecanismos legais e outros disponíveis" para contestar o empréstimo para reparações.

Um parecer jurídico do conceituado escritório de advogados multinacional Covington & Burling, consultado pelo Kyiv Independent, refere que o risco de litígios decorrentes do empréstimo para reparações é "mínimo".

"Na realidade, seria praticamente impossível para a Rússia persuadir um tribunal internacional a reconhecer e exercer jurisdição sobre tal reivindicação", afirmava o documento em referência ao empréstimo para reparações proposto.

A decisão do Conselho Europeu aborda uma das principais preocupações da Bélgica, que manifestou forte oposição à iniciativa do empréstimo para reparações.

O primeiro-ministro belga, Bart de Wever, manifestou preocupação pelo facto de, caso a UE avance com a iniciativa do empréstimo para reparações e as sanções não sejam prorrogadas devido a um veto, a Bélgica ficaria obrigada a reembolsar o banco central russo em um terço do seu PIB.

De Wever tem pedido reiteradamente a outros países que partilhem o risco de quaisquer consequências negativas da proposta. A proposta oficial de um empréstimo para reparações, apresentada por Ursula von der Leyen a 3 de Dezembro, incluía garantias de que os países forneceriam garantias para o empréstimo proporcionais ao seu rendimento nacional bruto.

A Itália, Malta e a Bulgária também se juntaram à Bélgica a 12 de dezembro na oposição ao empréstimo para reparações, elaborando um documento que apelava à Comissão Europeia para explorar outras opções para obter financiamento para a Ucrânia.

A votação para suspender indefinidamente as sanções, com a maioria dos países votada — em vez de unanimidade —, foi realizada com recurso a uma cláusula de emergência nos códigos da UE, conhecida como artigo 122.º, uma medida considerada controversa.



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