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Proposta de Donald Trump para realojar palestinianos gera protestos internacionais

Proposta de Donald Trump para realojar palestinianos gera protestos internacionais
Segunda-feira 27 - 13:16
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A recente proposta do presidente norte-americano, Donald Trump, de transferir palestinianos da Faixa de Gaza para o Egito e para a Jordânia gerou uma forte oposição internacional. Embora receba o apoio da extrema-direita israelita, é categoricamente rejeitado pelos palestinianos e pelos países envolvidos, que o consideram uma tentativa de limpeza étnica e uma grave violação do direito internacional.

No fim de semana, Donald Trump sugeriu que os mais de dois milhões de palestinianos de Gaza fossem recolocados nos países vizinhos, citando o argumento da reconstrução e estabilidade regional. Segundo fontes oficiais, terá discutido a proposta com o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi e o rei Abdullah II da Jordânia, dois líderes que manifestaram a sua rejeição de uma iniciativa considerada inaceitável e potencialmente desestabilizadora para os respetivos países.

A medida foi bem recebida por figuras de extrema-direita israelitas, incluindo Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, que há muito defendem a expulsão dos palestinianos e a expansão israelita nos territórios ocupados. Para estes, esta proposta constitui uma oportunidade para reforçar a sua visão de uma "recolonização" de Gaza e da anexação progressiva da Cisjordânia.

Do lado palestiniano, a proposta de Trump reabre feridas profundas da Nakba de 1948, quando centenas de milhares de palestinianos foram deslocados à força das suas terras após a criação do Estado de Israel. Muitos descendentes destes refugiados vivem hoje em Gaza, e qualquer tentativa de deslocação forçada é vista como uma trágica repetição da história, numa flagrante violação dos direitos fundamentais.

A ideia de transferência populacional é também vista como um grande obstáculo a qualquer solução política para o conflito israelo-palestiniano. Os líderes palestinianos, bem como várias organizações internacionais, denunciaram uma tentativa de "liquidar a causa palestiniana" e um desrespeito pelas resoluções das Nações Unidas em favor de uma solução de dois Estados. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, disse que "a Palestina não está à venda e os palestinianos nunca serão arrancados das suas terras".

Os governos egípcio e jordano reagiram firmemente, sublinhando que não podem aceitar suportar o fardo de um fluxo maciço de refugiados. O Egipto, que controla a passagem de Rafah, reafirmou o seu empenho em manter a estabilidade na região, enquanto a Jordânia, que já alberga uma grande população palestiniana, teme tensões sociais e políticas caso cheguem novos refugiados.

Diplomaticamente, esta proposta também atraiu críticas na Europa, onde vários países, incluindo a França e a Alemanha, reiteraram o seu compromisso com uma solução pacífica baseada no direito internacional e em acordos previamente estabelecidos. A União Europeia reafirmou que qualquer solução duradoura deve passar pelo diálogo entre as partes e não por medidas unilaterais que possam alimentar tensões.

Alguns analistas acreditam que esta proposta de Donald Trump poderá não passar de um golpe publicitário criado para atrair uma parte do seu eleitorado conservador, sobretudo tendo em conta as próximas eleições presidenciais. No entanto, outros receiam que isto reflicta uma nova direcção estratégica dos EUA na região, baseada em relações de poder e soluções radicais.

Como as negociações para um cessar-fogo em Gaza continuam frágeis, a medida corre o risco de complicar ainda mais os esforços para alcançar a paz. Os observadores estão preocupados com o impacto que esta posição americana poderá ter em todo o processo de paz e nas relações entre os Estados Unidos e os países do Médio Oriente.

Perante esta situação, a comunidade internacional é chamada a reagir firmemente para evitar um maior agravamento do conflito e preservar a esperança de uma paz justa e duradoura para todas as partes envolvidas.

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