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Mundial de Andebol. Portugal de nível superior

Mundial de Andebol. Portugal de nível superior
15:00
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Portugal defronta esta quarta-feira os EUA, no primeiro jogo do Campeonato do Mundo de andebol. O objetivo dos Heróis do Mar é atingir, pela primeira vez, os quartos de final.

A seleção nacional aterrou na terça-feira em Oslo, na Noruega, com a ambição de fazer mais e melhor do que nas anteriores cinco participações em mundiais. A edição deste ano disputa-se na Croácia, Dinamarca e Noruega, entre 14 de janeiro e 2 de fevereiro, e as seleções europeias são claramente favoritas. Na primeira fase da competição, Portugal vai jogar na Unity Arena, em Oslo, é aí que se realiza também a final. É uma infraestrutura multiusos coberta, com capacidade para 14 mil espetadores, que já recebeu uma série de eventos desportivos, concertos e outros espetáculos.

Na fase preliminar, Portugal tem como adversários os EUA (dia 15, 17h00), que recebeu um wildcard da organização, Brasil (dia 17, 17h00) e Noruega (dia 19, 19h30), o calendário da seleção vai do mais fácil ao mais difícil. Os jogos de Portugal podem ser acompanhados pela RTP 2. O selecionador nacional Paulo Pereira analisou as três formações adversárias de Portugal no grupo E. “Apesar de haver pouca informação relativamente aos Estados Unidos, há uma obrigatoriedade de vencer o primeiro jogo. Temos um calendário bom porque começamos com o jogo, teoricamente, mais acessível e, a seguir, jogamos contra uma seleção fortíssima como é o Brasil, com jogadores fantásticos e um modelo de jogo otimizado, onde temos de ser muito competentes para vencer. Depois, enfrentamos uma seleção que é uma das organizadoras do Mundial e candidata ao top-6, vai ser duro jogar contra a Noruega”, referiu o selecionador, que lembrou: “Se os vencemos no Europeu do ano passado (37-32), porque não voltar a ganhar? Se conseguirmos controlar as emoções e melhorar alguns aspetos vamos ser competitivos, e temos essa possibilidade. É fundamental passar com pontos, porque vamos cruzar com um grupo forte [Suécia, Espanha e Japão]. Depois, é ir vendo o que acontece dia-a-dia, mas creio que estaremos sempre a tempo de recuperar”, salientou.

As últimas grandes competições internacionais mostraram que a equipa portuguesa atingiu um nível competitivo elevado, e que pode fazer melhor do que o 10.º lugar obtido em 2021. “O grupo está ambicioso, mas temos de adequar a ambição à forma como nos preparamos para atingir esses objetivos. Temos de melhor em alguns aspetos chave”, frisou o selecionador, que considerou importante “melhorar na defesa, no ataque e, sobretudo, na transição defensiva, para não sofrer golos em contra-ataque”, e concluiu: “Se recuperarmos defensivamente para não sofrer, vamos ser mais competitivos e podemos atingir o nosso objetivo de chegar aos quartos de final”. Ficar entre as oito melhores seleções do mundo é tarefa árdua, mas possível “se a seleção gerir bem o esforço ao longo da competição, repartindo o tempo de jogo por todos, temos essa possibilidade”, afirmou Paulo Pereira.

Experiência e juventude

Sporting e FC Porto são os clubes mais representados com seis jogadores entre os 17 convocados, o Benfica tem um elemento. Há ainda quatro internacionais que atuam na Alemanha, França, Dinamarca e Espanha. Portugal tem jogadores de qualidade como Luís Frade (Barcelona), Miguel Martins (Aalborg) e Rui Silva (FC Porto), a que se juntam novos valores, caso dos irmãos Martim e Francisco Costa (Sporting), Salvador Salvador (Sporting) e Diogo Rêma (FC Porto). Martim Costa foi o melhor marcador no Europeu 2024, com 54 golos, e é a principal referência ofensiva dos Heróis do Mar.

A seleção nacional preparou o Mundial em Rio Maior e, na última semana, realizou dois jogos de preparação no Torneio de Paris; venceu à justa a República Checa (32-31) e perdeu com a França (38-44). Por aquilo que se viu nas duas partidas, Portugal teve qualidade e fez tremer os franceses num jogo emocionante, que acabou com 82 golos! A equipa nacional esteve ao nível da França durante largos períodos e só entregou o jogo nos últimos minutos por falta de intensidade. Uma exibição destas só pode dar confiança e motivação para o Campeonato da Mundo. “Jogar em França, enquanto convidados, é sempre um privilégio. Estes jogos são importantes para experimentar alguns formatos diferentes na defesa e perceber em que momento é que estamos”, explicou o selecionador.

Antes da partida para a Noruega, Paulo Pereira fez um balanço dos jogos de preparação: “Ainda não estamos a 100%. Tivemos só cinco dias para preparar a seleção, vamos ver se conseguimos estar melhor nos próximos jogos. Temos que melhorar muito na questão da recuperação defensiva, e isto está associado não só a questões táticas, mas também físicas. Se queremos ser competitivos, temos de melhorar muito nesta fase do jogo. O nosso trabalho está focado nesses aspetos”, sublinhou. Alguns dos adversários de Portugal também realizaram jogos de preparação, com a Noruega a vencer o Egipto (29-33) e a Roménia (37-26), já o Brasil perdeu frente à Alemanha (32-25).

Dinamarca favorita

A 29.ª edição do Mundial de andebol conta com 32 equipas, divididas em oito grupos de quatro equipas cada. Os três primeiros classificados de cada grupo passam à ronda principal, composta por quatro grupos de seis equipas, com os pontos ganhos frente às equipas apuradas na mesma série. As duas primeiras de cada grupo da ronda principal apuram-se para os quartos de final, a partir daí a prova disputa-se na forma de eliminação direta. No total, os finalistas vão disputar nove partidas durante a competição.

Tricampeã mundial (2019/21/23) e campeã olímpica (2024), a Dinamarca é a grande candidata a vencer o Mundial 2025 porque joga em casa e conta com Mathias Gidsel. O defesa direito foi eleito o melhor jogador do mundo em 2023, marcou 60 golos no Mundial desse ano, e foi o melhor marcador do Campeonato da Europa e dos Jogos Olímpicos de Paris o ano passado. A França, atual vice-campeã mundial, Alemanha e a Espanha, medalhas de prata e de bronze nos Jogos Olímpicos Paris 2024, e Suécia são outsiders ambiciosos. Depois, ainda temos as nações emergentes que podem criar surpresa, caso da Noruega e Egipto.

A análise estatística às anteriores edições revelou tendências significativas para o campeonato deste ano. As partidas têm, em média, 57,8 golos por jogo, com uma diferença média de 5,7 golos entre as equipas. As estatísticas demonstram igualmente grande eficácia ofensiva, já que 82% dos jogos ultrapassam os 50,5 golos, enquanto 78% ultrapassam os 52,5 golos. De referir que apenas 3% dos jogos terminaram empatados.

Na longa história desta competição, os campeões do mundo foram sempre seleções europeias, o Qatar foi a única equipa fora da Europa a chegar à final em 2015, mas perdeu (22-25) com a França. Na edição deste ano, o Egito é a seleção mais cotada depois do quinto lugar obtido nos jogos de Paris, e a Guiné faz a sua estreia num Mundial. O francês Thierry Omeyer é a grande referência do andebol com cinco títulos mundiais, entre 2001 e 2017. Com 92 golos marcados na edição de 2009, o macedónio Kiril Lazarov é o melhor marcador de sempre em campeonatos do mundo.

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