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Marrocos lidera o setor farmacêutico em África com um desempenho incomparável
Marrocos está a estabelecer-se como um ator importante no setor da indústria farmacêutica global graças à construção da sua fábrica em Benslimane. Este ambicioso projecto marca uma viragem decisiva na política farmacêutica do país, ao reforçar a sua capacidade de produção local de vacinas e medicamentos, garantindo ao mesmo tempo a sua soberania sanitária.
Segundo dados da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços Casablanca-Settat (CCISCS), a indústria farmacêutica contribui com 1,5% para o PIB nacional e 5,2% para o PIB industrial. Marrocos ocupa actualmente o segundo lugar em África nesta área, com um volume de negócios superior a 21,63 mil milhões de dirhams, dos quais mais de 15 mil milhões são gerados pelo mercado privado. O país cobre 75% da sua procura nacional de medicamentos e exporta entre 8% e 20% da sua produção, principalmente para a África Subsariana, a região MENA e a Europa. No entanto, a capacidade de produção excede em muito o consumo nacional.
Desde a década de 1960, sob a era do falecido Hassan II, a produção farmacêutica marroquina evoluiu de medicamentos simples para formulações mais complexas, através de transferências tecnológicas. Os medicamentos, inicialmente produzidos sob licença estrangeira, são agora desenvolvidos localmente, marcando uma emancipação da supervisão ocidental e uma mudança no mercado para os genéricos “Made in Marrocos”.
As ambições de Marrocos não se ficam por aqui. O país pretende integrar o círculo restrito dos produtores de biotecnologias farmacêuticas e de medicamentos derivados da canábis legal. O objetivo é tornar-se um grande centro regional da indústria farmacêutica, apoiado na criação de uma plataforma logística de exportação.
O projecto Benslimane, dedicado à produção de vacinas e outros produtos biotecnológicos, representa um avanço significativo para a indústria farmacêutica marroquina. Este projecto, apoiado por investimentos reais, visa fornecer produtos essenciais a muitos países africanos, ao mesmo tempo que reforça a soberania sanitária de Marrocos.
Para apoiar esta dinâmica, Marrocos criou duas novas agências: a Agência Marroquina de Medicamentos e Produtos de Saúde (AMMPS) e a Agência de Sangue e Derivados (ASD). Estas instituições estão no centro da reforma do sistema nacional de saúde. Segundo os especialistas, a estreita colaboração entre o Ministério da Indústria e o da Saúde é essencial para substituir as importações pela produção local. Os benefícios desta política incluirão poupanças em divisas, redução do défice comercial farmacêutico e melhoria do emprego local.
O dia 27 de janeiro de 2022 marca uma data chave na soberania sanitária de Marrocos com o lançamento da fábrica Benslimane, especializada no fabrico de vacinas. Com um investimento de 200 milhões de euros, a fábrica contará com três linhas de produção de seringas pré-cheias, frascos para líquidos e frascos liofilizados.
A partir de 2025, esta unidade terá capacidade para produzir mais de 2 mil milhões de doses de vacinas, garantindo assim a autossuficiência nacional e pretendendo posicionar-se como uma plataforma biotecnológica continental e global na área do “Fill and Finish”. Este segmento, crucial na cadeia de produção das vacinas, permite que os frascos sejam embalados e embalados antes da sua distribuição.
Estes investimentos significativos reforçarão a produção local a longo prazo e oferecerão uma oportunidade valiosa para Marrocos conquistar um lugar de eleição no sector da biotecnologia. Este ponto de viragem representa não só protecção contra futuras pandemias, mas também uma oportunidade de se juntar ao clube exclusivo dos fabricantes de vacinas, dominando assim o know-how biofarmacêutico e abrindo caminho a produtos de elevado valor acrescentado, como os agentes monoclonais para o tratamento de doenças.
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