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Gaza: 101 palestinianos mortos num só dia, comunidade internacional denuncia escalada
Cento e um palestinianos foram mortos em Gaza entre a noite de segunda-feira e as 18h40 desta terça-feira, segundo fontes médicas locais. O número alarmante concentra-se sobretudo no norte do território, particularmente na Cidade de Gaza, onde se registaram 86 mortes. Nove pessoas morreram no centro do enclave e outras seis no sul.
Este último massacre ocorre no momento em que o exército israelita lançou oficialmente uma operação militar terrestre de grande escala na terça-feira, com o objectivo de tomar o controlo da Cidade de Gaza. Duas divisões militares foram mobilizadas, aguardando a chegada de uma terceira.
A expansão das operações terrestres israelitas desencadeou uma onda de condenação internacional. Várias organizações da ONU, governos e órgãos políticos denunciaram um "nível inaceitável de escalada" e um "massacre" contra uma população civil já gravemente afetada. Muitos falam de uma "guerra de extermínio" em curso no enclave palestiniano, que tem sido submetido a intensos bombardeamentos há quase dois anos.
Na vertente humanitária, os números são igualmente alarmantes. As Nações Unidas referem que mais de 140.000 pessoas foram deslocadas da Cidade de Gaza para sul desde meados de Agosto, de uma população total estimada em um milhão. O desastre humanitário agrava-se a cada dia.
A assessoria de imprensa do Governo de Gaza acusa Israel de seguir uma política de deportação forçada. De acordo com um comunicado oficial, as forças israelitas estão a tentar concentrar mais de 1,7 milhões de pessoas em áreas que representam apenas 12% da área total de Gaza, chamando a esta abordagem um "plano para estabelecer campos de concentração".
A assessoria de imprensa denuncia uma estratégia "sistemática" que visa esvaziar a Cidade de Gaza e a parte norte do enclave dos seus habitantes, numa flagrante violação do direito internacional humanitário.
Desde 7 de outubro de 2023, a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, com forte apoio dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais, provocou a morte ou ferimentos em mais de 230 mil palestinianos, segundo dados do Ministério da Saúde do território.