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Explosões cósmicas de potência sem precedentes confundem astrónomos
Uma série de explosões de intensidade sem precedentes foi detectada no universo, confundindo os astrofísicos. De acordo com um comunicado divulgado na terça-feira pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), os investigadores registaram múltiplas explosões de raios gama com origem num único ponto no espaço ao longo de um único dia, um fenómeno sem precedentes que escapa a qualquer explicação científica conhecida.
As explosões de raios gama (GRBs) são as explosões mais poderosas do universo, geralmente geradas durante a morte violenta de estrelas massivas ou a sua destruição por buracos negros. Em poucos segundos, estes fenómenos libertam mais energia do que aquela que o nosso Sol produzirá em toda a sua vida. No entanto, sabe-se que estas explosões são únicas e não repetitivas, o que torna a recente descoberta ainda mais misteriosa.
O alarme foi dado a 2 de julho, quando o telescópio espacial Fermi da NASA captou três explosões sucessivas do mesmo ponto celeste em poucas horas. Observações adicionais do satélite sino-europeu Einstein revelaram que a mesma fonte já estava ativa no dia anterior, sugerindo atividade contínua durante quase 24 horas.
"Teoricamente, as explosões de raios gama nunca se repetem porque o evento que as produz é inerentemente destrutivo", explicou Antonio Martin-Carrillo, astrofísico da Universidade de Dublin e coautor do estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters. Acrescentou que a emissão observada este verão "é diferente de tudo o que a ciência já viu em 50 anos".
De acordo com Andrew Levan, investigador da Universidade Radboud, na Holanda, a duração desta emissão é excecional, durando "100 a 1.000 vezes mais" do que a maioria das explosões de raios gama conhecidas.
Inicialmente suspeita de ter origem na nossa própria galáxia, a Via Láctea, esta fonte extrema de energia foi finalmente localizada numa galáxia distante graças às observações do telescópio VLT, no Chile, e do Telescópio Espacial Hubble. A sua distância, vários milhares de milhões de anos-luz, significa que a verdadeira força do evento desafia as estimativas convencionais.
A origem exata ainda não foi determinada. Alguns investigadores colocam a hipótese de um colapso estelar extraordinário, enquanto outros sugerem a possibilidade de um único objeto celeste ter sido dilacerado por um buraco negro atípico.
Esta descoberta única abre um novo capítulo no estudo dos fenómenos extremos no universo. Pode desafiar os modelos estabelecidos de explosões de raios gama e ampliar a compreensão científica das forças mais violentas que moldam o cosmos.