- 14:08Washington: Marrocos homenageado no prestigiado Desafio Anual de Chefs da Embaixada
- 11:45Os bilionários de origem africana estão a deixar a sua marca na economia americana
- 11:00Agência Internacional de Energia revê as suas previsões: oferta de petróleo em alta, procura em baixa
- 10:15RDC: Mais de 33 mil casos de cólera desde janeiro, país em alerta máximo de saúde
- 09:34Corrida à Liderança na África Atlântica: Entre Ambições Convergentes e Rivalidades Geopolíticas
- 08:56Projecto do Gasoduto do Atlântico Africano Avança: Reuniões Estratégicas em Rabat com 13 Países Africanos
- 08:08Washington impõe sanções contra o presidente cubano Miguel Díaz-Canel por violações dos direitos humanos
- 17:10Bitcoin atinge máximo histórico acima dos 118.000 dólares
- 16:30Gaza: ONU denuncia centenas de mortes perto de postos de ajuda humanitária
Siga-nos no Facebook
EUA pressionam nações para boicotar conferência da ONU sobre a Palestina
Os Estados Unidos estão a exercer uma pressão diplomática significativa sobre os governos estrangeiros para que evitem participar numa conferência das Nações Unidas sobre a Palestina, co-patrocinada pela França e pela Arábia Saudita. Um telegrama diplomático norte-americano que foi divulgado, obtido pela Reuters, revela os esforços de Washington para inviabilizar o evento, que está agendado para decorrer de 17 a 20 de junho em Nova Iorque.
Oposição dos EUA à criação de um Estado palestiniano
A conferência, apoiada pela França e pela Arábia Saudita, pretende reavivar as discussões sobre uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano. No entanto, o telegrama divulgado mostra que as autoridades norte-americanas alertaram explicitamente outras nações contra a participação, caracterizando o evento como "anti-Israel" e contrário aos interesses da política externa norte-americana. O documento defende ainda que o reconhecimento da criação de um Estado palestiniano durante a cimeira prejudicaria os esforços liderados pelos EUA para pôr fim ao conflito em curso em Gaza e garantir a libertação dos reféns israelitas.
A França, aliada de longa data dos EUA, terá pressionado as nações europeias, incluindo o Reino Unido, a reconhecer formalmente o Estado palestiniano durante o evento. Esta medida atraiu forte oposição de Washington, que alertou os seus aliados para que evitem tal reconhecimento, apesar das crescentes exigências dos Estados árabes.
Uma mudança na política norte-americana?
A posição dos EUA reflecte um afastamento de décadas de consenso internacional, que reconhece territórios como Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza — ocupados por Israel desde 1967 — como a base de um futuro Estado palestiniano. O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, disse recentemente à Bloomberg News que estabelecer um Estado palestiniano na Cisjordânia "já não é um objectivo da política dos EUA". Sugeriu, de forma controversa, que os países árabes vizinhos de Israel deveriam "sacrificar as suas próprias terras" para resolver o conflito.
O memorando vazado tenta também enquadrar o reconhecimento do Estado palestiniano como uma medida que estabeleceria efetivamente o dia 7 de outubro como o "Dia da Independência da Palestina", uma data carregada de conotações políticas. Isto reflecte uma narrativa mais ampla entre os EUA e Israel, que procura ligar qualquer iniciativa pró-Palestina a grupos militantes como o Hamas.
Tensões internacionais mais amplas
Os EUA condenaram também as recentes ações de países como o Reino Unido, Austrália, Canadá e Noruega para impor sanções aos ministros israelitas de extrema-direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir. Ambos os ministros são vistos como figuras controversas, tendo Ben Gvir já sido condenado por acusações relacionadas com terrorismo em Israel.
O telegrama divulgado sublinha a crescente divisão entre os EUA e alguns dos seus aliados sobre como lidar com o conflito israelo-palestiniano. Embora o governo de Biden continue a alinhar-se estreitamente com Israel, outras nações parecem cada vez mais dispostas a desafiar a sua posição, particularmente à luz das constantes preocupações com os direitos humanos e da escalada das tensões em Gaza.