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Caso Epstein: Trump preocupa-se com a “imagem”

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Caso Epstein: Trump preocupa-se com a “imagem”

A divulgação incompleta de documentos gera indignação entre várias vítimas. Por sua vez, o presidente dos EUA teme que certas revelações possam manchar a reputação de pessoas que, segundo ele, não fizeram nada de errado.

As vítimas do criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein denunciaram na segunda-feira a divulgação parcial, pelo Departamento de Justiça dos EUA, da investigação ao financeiro, que morreu na prisão, enquanto Donald Trump manifestou preocupação de que isso possa prejudicar a “imagem” de ex-conhecidos inocentes. Cerca de quinze vítimas queixaram-se num comunicado publicado no X de que apenas uma “parte” dos documentos foi tornada pública e referiram uma redação “anormal e extrema” do material divulgado na sexta-feira sem “qualquer explicação”.

Criticaram ainda o Departamento de Justiça por ter “deixado expostas as identidades de inúmeras vítimas, causando danos imediatos e reais”. O Departamento de Justiça foi obrigado por uma lei, sancionada a contragosto pelo presidente dos EUA, a divulgar todo o dossiê antes do prazo final de sexta-feira, 19 de dezembro. No entanto, apenas uma parte dos documentos estava disponível no site do Departamento de Justiça na sexta-feira à noite, e muitos ficheiros foram censurados, como as 119 páginas de transcrições das deliberações do júri, cuja divulgação foi, no entanto, "autorizada por um juiz federal", lamentaram as vítimas.

O Departamento de Justiça respondeu que precisava de mais tempo para divulgar cuidadosamente os ficheiros que restavam, a fim de melhor proteger as vítimas cujas identidades pudessem ser reveladas. A oposição democrata, porém, vê este atraso como uma manobra política destinada a evitar a divulgação de informações potencialmente prejudiciais para o presidente Donald Trump, que surge em imagens ao lado de Jeffrey Epstein. "Isto é claramente uma tentativa de encobrimento", declarou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, na segunda-feira, ao apresentar um projecto de lei para aumentar a pressão sobre o Departamento de Justiça, que, segundo ele, "violou a lei" ao não divulgar tudo na sexta-feira.

A partir da sua residência em Mar-a-Lago, na Florida, o Presidente dos EUA manifestou preocupação com os potenciais danos causados ​​pela divulgação do dossier, em particular das fotos. Falando na segunda-feira pela primeira vez desde a divulgação parcial do dossiê Epstein, temia que os documentos pudessem prejudicar a “imagem” de pessoas inocentes.

“Toda a gente era simpática com este tipo”, disse na sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida. “Bill Clinton era amigo dele, mas toda a gente era”, continuou, manifestando a preocupação de que algumas pessoas “que inocentemente conheceram” Epstein “porque ele estava numa festa” pudessem sentir-se constrangidas com a divulgação destes documentos. “Vocês estão a arruinar a imagem de alguém”, acrescentou.

Figura conhecida da alta sociedade nova-iorquina, Jeffrey Epstein é conhecido por se ter associado a várias figuras proeminentes americanas e internacionais, incluindo o atual presidente republicano e o seu antecessor democrata, Bill Clinton. Entre os cerca de 4.000 ficheiros divulgados na sexta-feira, várias fotos mostram Jeffrey Epstein com super-estrelas como Michael Jackson, Mick Jagger e Bill Clinton, que aparece num jacuzzi ao lado de uma figura mascarada.

A equipa de Bill Clinton pediu ao Departamento de Justiça, na segunda-feira, a divulgação de todos os documentos contidos nos ficheiros referentes ao mesmo, afirmando num comunicado de imprensa que não tem nada a esconder. “Alguém ou algo está a ser protegido. Não sabemos quem, o quê ou porquê. Mas sabemos uma coisa: não precisamos deste tipo de proteção”, declarou um porta-voz do antigo líder democrata.



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