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A icónica Ponte da Baía de Sydney testemunha uma grande marcha pró-Palestina

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A icónica Ponte da Baía de Sydney testemunha uma grande marcha pró-Palestina
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Dezenas de milhares de manifestantes enfrentaram a chuva torrencial para marchar pela icónica Ponte da Baía de Sydney no domingo, pedindo paz e entregas de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, devastada pela guerra, onde a crise humanitária se tem vindo a agravar.

Quase dois anos após o início da guerra genocida de Israel, que, segundo as autoridades palestinianas, matou mais de 60 mil pessoas em Gaza, os governos e as organizações humanitárias afirmam que a escassez de alimentos está a conduzir à fome generalizada.

Alguns dos participantes na marcha, denominada pelos organizadores de "Marcha pela Humanidade", transportavam panelas e frigideiras como símbolos da fome.

"Basta", disse Doug, um homem de cerca de 60 anos com uma cabeleira branca. "Quando as pessoas de todo o mundo se reúnem e se manifestam, o mal pode ser superado".

Os manifestantes incluíam desde idosos a famílias com crianças pequenas. Entre eles estava o fundador da WikiLeaks, Julian Assange. Muitos transportavam guarda-chuvas. Alguns agitavam bandeiras palestinianas e gritavam "Somos todos palestinianos".

A polícia de Nova Gales do Sul e o primeiro-ministro do Estado tentaram, na semana passada, impedir que a marcha se realizasse na ponte, um marco da cidade e via de transporte, alegando que a rota poderia causar riscos de segurança e interrupção dos transportes. O Supremo Tribunal do estado decidiu no sábado que a marcha poderia prosseguir.

A polícia informou que estava a mobilizar centenas de agentes e pediu aos manifestantes que se mantivessem pacíficos.

A polícia também esteve presente em Melbourne, onde decorria uma marcha de protesto semelhante.

A pressão diplomática sobre Israel tem aumentado nas últimas semanas. A França e o Canadá disseram que vão reconhecer um Estado palestiniano, e o Reino Unido afirma que fará o mesmo, a menos que Israel resolva a crise humanitária e chegue a um cessar-fogo.

Israel alega que estas decisões são uma recompensa para o Hamas, cuja incursão em Outubro de 2023 desencadeou a guerra israelita desproporcional que arrasou grande parte do enclave. Israel negou ainda seguir uma política de fome e acusou o Hamas de roubar ajuda, sem provas.

O primeiro-ministro australiano de centro-esquerda, Anthony Albanese, afirmou apoiar uma solução de dois Estados e que a negação de ajuda e o assassinato de civis por Israel "não podem ser defendidos ou ignorados", mas não reconheceu a Palestina.

Therese Curtis, uma manifestante na casa dos 80 anos, disse que tinha o direito humano e o privilégio de ter bons cuidados médicos na Austrália.

"Mas os hospitais do povo palestiniano estão a ser bombardeados, o direito básico de cuidados médicos está a ser-lhes negado, e eu estou a marchar especificamente por isso", disse ela.



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