Advertising
  • Fajr
  • Amanhecer
  • Dhuhr
  • Asr
  • Maghrib
  • Isha

Siga-nos no Facebook

A Europa dividida sobre o reconhecimento do Estado da Palestina

12:15
A Europa dividida sobre o reconhecimento do Estado da Palestina

Enquanto as Nações Unidas assistem a novas vagas de anúncios a favor do reconhecimento do Estado da Palestina, a União Europeia parece profundamente fragmentada nesta questão crucial.

Este ano, países como França, Espanha, Irlanda, Portugal, Bélgica e Luxemburgo juntaram-se ao grupo de Estados europeus que reconhecem oficialmente a Palestina. Isto eleva para 16, dos 27 membros da UE, o número de países que tomaram esta medida diplomática. Este movimento insere-se num contexto internacional marcado por reconhecimentos de grandes atores fora do continente, nomeadamente Reino Unido, Canadá e Austrália, aumentando a pressão sobre Israel e o seu aliado estratégico, os Estados Unidos, em plena guerra mortal em Gaza.

Mas, apesar deste impulso, onze Estados europeus, incluindo potências importantes como a Alemanha e a Itália, persistem na sua recusa. Berlim acredita que o reconhecimento só pode ser "o resultado" de um processo de paz, não uma ferramenta para o iniciar. Roma, por seu lado, acredita que tal gesto, na ausência das condições necessárias para a criação de um verdadeiro Estado, apenas produziria uma "ilusão" que provavelmente afastaria ainda mais a perspectiva de paz.

Outros países também partilham esta relutância. Na Croácia, agudiza-se um impasse entre o presidente, que apoia a iniciativa, e o seu governo, que a rejeita. A Bulgária mantém-se vaga, enquanto a República Checa, apesar de herdar o antigo reconhecimento da Checoslováquia, condiciona qualquer nova acção a "negociações directas", que considera impossíveis enquanto o Hamas controlar Gaza.

Esta divisão interna prejudica a capacidade do bloco europeu de influenciar o desfecho do conflito. "Sem uma tradução concreta no terreno, o gesto de reconhecimento corre o risco de não passar de uma cortina de fumo face à erosão da presença palestiniana no seu próprio território", alerta Max Rodenbeck, analista do International Crisis Group.

Ao mesmo tempo, o governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu, continua firmemente contrário a qualquer ideia de um Estado palestiniano, chegando mesmo a ameaçar anexar a Cisjordânia. Este cenário, segundo muitos observadores, torna a criação de um Estado viável praticamente impossível sem o aumento da pressão internacional.

Assim, enquanto parte do mundo caminha para o reconhecimento, a Europa permanece fragmentada, com capitais influentes como Berlim e Roma entrincheiradas em posições que poderão um dia parecer mais obstáculos à paz do que garantias de estabilidade.



Leia mais

×

Baixe o aplicativo Walaw