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Macky Sall enfrenta justiça: Senegal pondera processar o ex-Presidente
O antigo presidente senegalês Macky Sall, que liderou o país entre 2012 e 2024, pode enfrentar a justiça por "atos extremamente graves" cometidos durante o seu mandato, anunciou o Governo senegalês na sexta-feira. Este anúncio surge após a publicação de um relatório do Tribunal de Contas que destaca irregularidades e anomalias na gestão das finanças públicas sob a presidência de Macky Sall. Se forem interpostos processos, seria a primeira vez na história do Senegal, onde nenhum antigo chefe de Estado foi julgado por actos relacionados com as suas funções desde a independência em 1960. Esta situação marca um ponto de viragem na política senegalesa, tanto mais que o país é agora liderado por um novo governo que defende uma ruptura com as práticas do passado e apresenta princípios do pan-africanismo de esquerda.
O porta-voz do Governo, Moustapha Ndjekk Sarré, disse que Macky Sall seria "inevitavelmente" responsabilizado. Segundo o próprio, o ex-Presidente tem uma grande responsabilidade pelos atos cometidos durante o seu mandato. Chegou mesmo a colocar a possibilidade de considerar Macky Sall como o "líder do gangue" que orquestrou atos criminosos. O relatório do Tribunal de Contas, publicado a 12 de fevereiro, revela discrepâncias significativas em relação aos números oficiais. Assim, a dívida pública atingiria os 99,67% do PIB, um valor muito superior ao anunciado pelo anterior governo. Além disso, o défice orçamental para o ano de 2023 foi reavaliado em 12,3%, face aos 4,9% dos balanços anteriores. Estas anomalias levantam muitas questões sobre a gestão das finanças públicas sob Macky Sall e a transparência da sua administração.
O ex-Presidente, agora exilado em Marrocos, rejeitou firmemente estas acusações. Em entrevista ao Jeune Afrique, descreveu o relatório como um "processo político", dizendo que a sua administração sempre agiu com total transparência. "Rejeito totalmente estas alegações de falsificação", disse, sublinhando que o Tribunal de Contas certificou as contas públicas todos os anos durante o seu mandato. Apesar destas negações, o governo senegalês continua determinado a conduzir a investigação. Moustapha Ndjekk Sarré especificou que "se a justiça considerar que não fez nada, será poupado", reafirmando assim a independência do sistema judicial senegalês.
Este caso ocorre num clima político tenso, onde as reformas e as tensões são omnipresentes. O novo regime, liderado pelo Presidente Bassirou Diomaye Faye, anunciou a sua intenção de revogar a lei de amnistia adoptada por Macky Sall em Março de 2023, que abrangeu actos de violência política ocorridos entre 2021 e 2024. Esta lei foi fortemente criticada pela oposição. Além disso, o Supremo Tribunal de Justiça, recentemente instalado pela Assembleia Nacional no final de Dezembro, poderá desempenhar um papel decisivo no julgamento de Macky Sall, sendo responsável por julgar presidentes e membros do governo por actos de "alta traição".
A acusação legal de Macky Sall representa um grande ponto de viragem para o Senegal, frequentemente visto como um modelo de democracia na África Ocidental. A confirmarem-se as acusações, isso poderá reforçar a confiança dos cidadãos nas instituições e marcar um passo significativo na luta contra a impunidade. No entanto, a situação também levanta questões sobre as motivações políticas por detrás dos processos, com alguns observadores a temerem que se trate de uma caça às bruxas contra o antigo regime.
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