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O dirham marroquino é a terceira moeda mais forte de África, de acordo com um novo ranking.

O dirham marroquino é a terceira moeda mais forte de África, de acordo com um novo ranking.
Sábado 05 Abril 2025 - 15:30
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O dirham marroquino ficou em terceiro lugar entre as moedas mais fortes de África, de acordo com um relatório recente do Business Insider Africa. Em março, atingiu os 9,57 dirhams em relação ao dólar norte-americano.

O dinar tunisino liderou a lista como a moeda mais forte do continente, sendo negociado a 3,09 dinares por dólar, seguido pelo dinar líbio, que ficou em segundo lugar, com 4,83 dinares por dólar, apoiado pela riqueza petrolífera da Líbia e pela política monetária estável da Tunísia.

O desempenho do dirham marroquino é atribuído à estabilidade monetária e às políticas económicas equilibradas adoptadas pelo Banco Al-Maghrib, para além da diversificação da economia nacional, que inclui sectores vitais como a agricultura, o turismo, as indústrias transformadoras e os serviços financeiros.

Esta estabilidade é um atrativo fundamental para o investimento estrangeiro, pois proporciona um ambiente financeiro favorável ao planeamento e à repatriação de lucros, conferindo a Marrocos uma posição de liderança nos mercados emergentes africanos.

A pula do Botswana ficou em quarto lugar no ranking, com 13,62 pula por dólar, à frente da rupia das Seicheles, que ficou em quinto lugar, com 14,37 rupias por dólar.

A economia do Botswana obtém a sua força das exportações de diamantes, enquanto as Seicheles mantêm uma moeda estável, apesar da sua forte dependência do turismo, graças a uma gestão fiscal prudente.

O Norte de África domina as primeiras posições neste ranking, graças à relativa estabilidade política e económica e a um ambiente de investimento atrativo, especialmente em Marrocos, na Tunísia e na Líbia.

O relatório indicou que os países africanos que diversificaram as suas fontes de rendimento e adoptaram profundas reformas monetárias e económicas conseguiram fortalecer o valor das suas moedas, ajudando-os a resistir às flutuações económicas globais e à inflação.

Este ranking reflete a posição avançada de Marrocos no panorama africano e destaca a eficácia das suas políticas económicas na manutenção da estabilidade da moeda nacional, um pilar fundamental no processo de desenvolvimento e atração de investimento.

O dirham marroquino é uma das moedas africanas que apresenta maior resiliência face ao dólar norte-americano. Para além da força e estabilidade do diversificado sector exportador (automóvel, fosfato, indústria alimentar, aviação, offshoring, etc.), a força do dirham deve-se à política monetária adoptada pelo Banco Al-Maghrib.

Dada a missão principal de estabilizar os preços internos, a política monetária permitiu ao dirham atenuar as flutuações em relação ao dólar. Isto explica-se, em primeiro lugar, pelo facto de a moeda marroquina estar ligada a um cabaz de moedas que inclui as duas principais moedas globais: o dólar e o euro.

O dirham marroquino tem por base um cabaz composto pelo euro, a moeda do principal parceiro económico do Reino, a 60%, e o dólar, a principal moeda do Reino para faturação do seu comércio, a 40%. Assim, o valor do dirham é calculado todos os dias com base no valor do euro e no valor do dólar.

Com este cabaz, o Banco Al-Maghrib determina efetivamente o valor do dirham, com a capacidade de limitar as alterações a um intervalo de 5% para cima ou para baixo. A escolha das duas principais moedas do mundo desempenha um papel importante: o aumento do valor de uma moeda compensa, de uma forma ou de outra, o declínio do valor da outra.

Os fundamentos da economia marroquina, o nível de reservas cambiais, o dirham indexado e a política monetária seguida explicam a estabilidade do dirham em relação ao dólar.

A força da moeda tunisina, emitida em 1960 para substituir o franco francês, reside mais na influência da política monetária do que na saúde da economia tunisina.

Esta política, baseada na proibição da importação, exportação ou conversão de dinares noutras moedas, permitiu ao dinar tunisino demonstrar a sua força face ao dólar. A isto junta-se a política do estado de se focar nas exportações, que representam uma grande fatia do produto interno bruto do país. A economia da Tunísia é pequena e o seu comércio está maioritariamente direcionado para a Europa, com a qual mantém 80% do seu comércio externo.

Durante muito tempo, o dinar líbio foi a moeda mais forte do continente, em uso desde 1971. Esta moeda baseia-se principalmente nas grandes receitas derivadas dos recursos de hidrocarbonetos, que fornecem à Líbia vastas reservas cambiais e constituem a base da força da moeda líbia. Como resultado, qualquer flutuação no mercado petrolífero global pode ter um impacto no valor das receitas petrolíferas e, portanto, no valor do dinar líbio.

De salientar que o dinar líbio perdeu algum do seu brilho devido à crise que o país atravessa desde 2011, o que teve um impacto negativo nas exportações de petróleo e, consequentemente, nas reservas cambiais.

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