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Vítor Rodrigues posiciona-se para o Porto
Antes de irem a banhos, as estruturas dos partidos preparam as principais apostas autárquicas. No PS há três nomes fortes a querer conquistar a Câmara do Porto.
Antes da partida para férias e com o Parlamento já em fim de atividade (a comissão de inquérito ao caso da gémeas continuou a animar os corredores da Assembleia da República esta semana), as máquinas partidárias querem deixar trabalho adiantado para a rentrée de um ano político que vai ficar determinado pelas eleições autárquicas em outubro de 2025.
Socialistas e sociais-democratas estão sobretudo atentos a autarquias em fim de ciclo que podem reconquistar ou perder. É um exercício de formiguinha, até porque as estruturas locais têm uma palavra a dizer e nem sempre partilham as opções das direções. As grandes áreas urbanas concentram atenções, com as câmaras de Lisboa, Porto, Cascais, Sintra e Vila Nova de Gaia a exigir um trabalho apurado para escolher os melhores candidatos. De todas estas autarquias, apenas Carlos Moedas se pode recandidatar e deverá fazê-lo confiante na conquista de um novo mandato, desta vez com o apoio provável da Iniciativa Liberal, que nas últimas autárquicas preferiu concorrer sozinha. Conversas recentes com Moedas indicam que desta vez poderá ser diferente e o apoio da IL não é despiciendo, já que nas últimas eleições europeias o partido ficou em terceiro lugar, atrás da AD e do PS, na maioria das freguesias da capital.
Eduardo Vítor Rodrigues quer sair de Gaia para o Porto
Ao fim de três mandatos à frente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues quer juntar-se a uma lista de notáveis do PS que pretendem candidatar-se ao município do Porto.
Esta é uma das principais apostas dos socialistas nas próximas autárquicas. O PS está afastado da Câmara do Porto há mais de 20 anos e vê na saída de Rui Moreira uma grande oportunidade para reconquistar o poder na capital nortenha. Manuel Pizarro é a aposta mais provável da direção de Pedro Nuno Santos, até porque já foi candidato e terá boas hipóteses de vencer. Mas a opção não é consensual dentro do partido, havendo quem defenda a candidatura de José Luís Carneiro, que também gostaria de abraçar o desafio.
Eduardo Vítor Rodrigues estará também a preparar-se para encabeçar uma candidatura socialista ao Porto. Ao que o Nascer do SOL apurou, o ainda autarca de Gaia tem já contactos estabelecidos com Tiago Braga, Presidente do Metro do Porto, para que este aceite encabeçar uma possível lista autárquica, tendo como horizonte vir a assumir o pelouro da mobilidade, um dos maiores problemas da cidade.
Vítor Rodrigues quer quebrar uma máxima da política nortenha que diz que o poder autárquico não atravessa a Ponte Dom Luís. Luís Filipe Menezes também apostou em sair de Gaia para o Porto, mas foi uma aposta sem sucesso.
Gaia, PS unido PSD dividido
O final do mandato de Eduardo Vítor Rodrigues em Gaia abre espaço para os sociais-democratas tentarem reconquistar uma das maiores câmaras do país, mas a escolha do melhor nome para o tentar fazer está a gerar discussões internas. Pedro Sousa, atualmente deputado e considerado muito próximo de Luís Montenegro, é um dos nomes que se perfilam, mas há um outro nome, Emídio Sousa, secretário de Estado do Ambiente , que se estará a preparar para concorrer à Câmara de Gaia.
A seu favor, Emídio Sousa tem o apoio de antigos colaboradores de Luís Filipe Menezes, no tempo em que este governava o município. Alguns desses nomes fazem parte da equipa que o secretário de Estado levou consigo para o Governo, já na perspetiva de preparar uma candidatura autárquica.
Do lado dos socialistas a escolha é mais simples e tem fortes possibilidades de sucesso. João Paulo Correia, ex-secretário de Estado e o deputado que dirige o grupo socialista na comissão de inquérito ao caso das gémeas, é o nome consensual para tentar manter a Câmara de Gaia em mãos socialistas. O deputado que nos últimos dias assumiu a presidência da concelhia de Gaia tem o apoio de Vítor Rodrigues, Pedro Nuno Santos e Alexandra Leitão.
Moedas remodela e só Anacoreta Correia se deve manter
Na capital, a decisão de uma recandidatura está tomada e agora é tempo de preparar uma equipa robusta para o próximo mandato.
As notícias sobre a preparação de uma candidatura forte à esquerda para tentar reconquistar Lisboa não retiram a confiança a Moedas, mas obrigam-no a começar a pensar nos preparativos para um novo mandato. Ao que o Nascer do SOL sabe, o presidente da Câmara de Lisboa pretende renovar a equipa e desta vez pensar em nomes fortes para o governo da cidade. Dos atuais vereadores apenas um terá lugar garantido, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente com quem Moedas construiu uma relação forte. O facto de o vereador, que integrou as listas nas últimas autárquicas em representação do CDS, não ser hoje em dia alguém próximo da atual direção de Nuno Melo, não deverá ser um problema, até porque Anacoreta Correia, de acordo com as novas regras do partido, é um militante não ativo, já que deixou de pagar quotas por já não se rever no projeto político. Além disso, Moedas não deverá estar preocupado em agradar a parceiros na constituição de uma candidatura que acredita ser vencedora.
Cascais e Sintra são outros dois municípios onde o PSD terá que apostar forte se quiser vencer. Para Sintra ainda não há um nome fechado, para Cascais, Nuno Piteira Lopes, atual número dois de Carreiras, é a aposta mais provável.