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Max Verstappen e Red Bull com férias ameaçadas
A Fórmula 1 foi de férias e quando regressar, no final de agosto, a ordem estabelecida pode estar ameaçada. Os campeões do mundo levam quatro derrotas consecutivas, o que não acontecia desde 2020.
Max Verstappen e a Red Bull começaram por dominar o Mundial de Fórmula 1 e tudo indicava que iam conquistar o quarto título mundial consecutivo. Mas o impensável aconteceu e a equipa austríaca perdeu as últimas quatro corridas: a Mercedes venceu três e a McLaren uma. O GP da Bélgica relançou o campeonato de construtores e anunciam-se lutas intensas nas dez provas que falta disputar.
O monolugar da Red Bull foi o mais rápido nas primeiras corridas e o paddock assustou-se com a possibilidade de Max Verstappen correr sozinho como aconteceu em 2023. Contudo, a época tem sido atípica para a Red Bull, que perdeu competitividade em pista e vive num clima de tensão entre os dois homens fortes da equipa, que envolveu também o clã Verstappen. A anunciada saída de Adrian Newey, projetista que concebeu os monolugares que dominaram a Fórmula 1 nos últimos anos, não ajudou a estabilizar. Outros pontos fortes como a estratégia e as paragens na box também já tiveram melhores dias.
Com o desenrolar da época percebeu-se que o RB 20 não era uma máquina tão perfeita como os carros anteriores e as outras equipas começaram a andar ao nível dos Red Bull. O primeiro sinal foi dado no Grande Prémio do Mónaco, com o domínio de Charles Leclerc (Ferrari) e o segundo lugar de Oscar Piastri (McLaren), uma corrida onde Max Verstappen esteve sempre longe dos mais rápidos. No Canadá e em Espanha era visível que não tinha o melhor carro, mas o seu talento e alguma agressividade em pista garantiram a vitória. Nos últimos quatro grandes prémios, Verstappen foi o mais rápido na qualificação, mas em corrida foi batido pelos pilotos da Mercedes e McLaren e só conseguiu um pódio.
O Mundial está mais competitivo do que em anos anteriores e teve sete vencedores diferentes em 14 grandes prémios. Ao contrário do que aconteceu em 2023, onde venceu 10 corridas consecutivas, Max Verstappen só ganhou duas provas seguidas este ano, mesmo assim tem tantas vitórias (7) quanto os outros seis pilotos juntos: Lewis Hamilton (2), George Russel, Charles Leclerc, Carlos Sainz, Oscar Piastri e Lando Norris (1).
O regresso de férias vai dizer se os campeões do mundo voltam ao ritmo habitual ou se há uma nova ordem na Fórmula 1. Obviamente que Max Verstappen e a Red Bull vão ganhar corridas até final do ano, resta saber se é suficiente para manterem a vantagem conquistada até à paragem de verão ou se, contra as previsões iniciais, vamos ter luta pelos títulos mundiais até final.
O tricampeão do mundo não vence há quatro corridas, o que não acontecia desde 2020. Apesar disso, conseguiu distanciar-se dos rivais no Mundial de pilotos. «Foi um bom dia e aumentei a diferença no campeonato», disse o neerlandês, que tem 78 pontos de avanço sobre Lando Norris (McLaren). Verstappen reconheceu que«temos trabalho para fazer, sabemos bem disso. Vamos analisar tudo para saber o que fazer com o carro para tornar a nossa vida mais fácil na segunda parte da temporada. Temos de melhorar as performances, o Red Bull não é o carro mais rápido em corrida». A próxima prova é em Zandvoort e o piloto neerlandês permanece invicto em casa há três anos.
Embora não o admita, a Red Bull tem outro problema, chamado Sergio Pérez. As performances do mexicano são desoladoras e a falta de resultados começa a comprometer as aspirações da equipa no campeonato de construtores. Nos últimos oito grandes prémios, Verstappen acumulou 141 pontos e Pérez apenas 28. Também por essa razão a Red Bull tem apenas 42 pontos de vantagem sobre a McLaren, havendo 44 pontos em jogo em cada grande prémio.
O responsável de Mercedes Toto Wolf foi para férias confiante: «Os nossos carros foram uma referência em pista, isso era impossível de acontecer há alguns meses. Estamos com uma tendência positiva e os outros estão numa fase negativa. Temos de ser cuidadosamente otimista para a segunda metade da época».
A Ferrari precisa de reencontrar as performances da primeira metade da época, onde ganhou corridas e conseguiu alguns pódios. «A equipa vai trabalhar para otimizar as performances e conseguir melhores resultados na segunda metade da época», disse Leclarc, que é terceiro no campeonato.