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Eleições: Direita conquista a Europa
O PPE – a família política mais antiga do Parlamento – é o grande vencedor das eleições europeias, mas a extrema-direita também é um dos destaques da noite com Macron a convocar eleições antecipadas em França.
Os europeus foram às urnas para eleger os 720 deputados que compõem o Parlamento Europeu. De sublinhar que a votação ocorre num momento em que a União Europeia enfrenta vários desafios, como as ainda existentes consequências da pandemia de covid-19, a invasão da Ucrânia pela Rússia e o impacto do conflito no Médio Oriente.
Nos 27 Estados-Membros, a eleição de eurodeputados do centro-direita e da extrema-direita predominou. Por exemplo, a líder italiana, Giorgia Meloni, consolidou o seu papel em Bruxelas, com uma estimativa de 26-30% dos votos, enquanto em França, o Presidente Emmanuel Macron sentiu-se pressionado a convocar eleições antecipadas para o fim de junho, no rescaldo do resultado desastroso do seu partido.
No entanto, a viragem à direita considerada mais radical não agradou a todos e à porta do Parlamento Europeu cantou-se ‘Bella Ciao’ em forma de protesto.
Deste modo, numa primeira projeção, percebe-se que os partidos Os Verdes e Renew Europe perdem, cada um, aproximadamente 20 eurodeputados. Já numa segunda entende-se que Os Verdes obtiveram somente 52 deputados europeus. Em França, as projeções sugerem que o partido de extrema-direita União Nacional obteve 31,5% dos votos – mais do que o dobro do número obtido pelo partido do Presidente francês, o Renew Europe, que caiu de 102 para 80 assentos.
Macron não perdeu tempo a reagir e divulgou uma mensagem na rede social X. “França precisa de uma maioria clara para operar com calma e concórdia”, disse. “Entendi a vossa mensagem, as vossas preocupações e não vou deixá-las sem resposta”, acrescentou.
Na Áustria, o Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ), de extrema-direita, alcançou o primeiro lugar com 25,5% e seis mandatos. Em 2019, conseguiu 17,2%. Já o Partido Popular (ÖVP, centro-direita e partido principal na coligação de Governo) surge em segundo, com 24,7% e cinco mandatos. Depois, segue-se o Partido Social-Democrata com 23,3% e cinco assentos. Posteriormente, o NEOS, com 10,1% e dois assentos e os Verdes com 10,9% e dois lugares. Este país elege 20 dos 720 mandatos.
Na Alemanha, prevê-se que o partido democrata-cristão CDU e CSU obtenha apenas cerca de 30% dos votos, semelhante aos 29% em 2019, seguido pela Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita, em segundo lugar, com 16,5%, acima dos 11%. em 2019. Os sociais-democratas do chanceler Olaf Scholz seguem-nos com 14% e os Verdes com 12%.
Já aqui ao lado, em Espanha, o Partido Popular (PP) vence as eleições, conseguindo de 21 a 23 mandatos de acordo com a RTVE. No entanto, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de centro-esquerda, elegerá entre 20 e 22 deputados. O Vox, de extrema-direita, duplicou a sua votação com seis a sete mandatos. Já o Somar, plataforma que une os partidos da esquerda radical, terá entre três e quatro eurodeputados. O Podemos terá entre dois e três e o Cidadãos desaparecerá.
Na Grécia, a Nova Democracia (de centro-direita) ganhou com 20% dos votos e oito mandatos. Em segundo lugar surge o Syriza, de esquerda radical, com 16,7% e quatro assentos. Já o Pasok, de centro-esquerda, chega aos 12,4% e três mandatos. A Grécia, à semelhança de Portugal, elege 21 dos 720 mandatos.
Nos Países Baixos, onde a votação decorreu na quinta-feira, o partido PVV de Geert Wilders conquistou sete lugares, sendo que já havia uma tendência para partidos de direita eurocéticos previstos em sondagens anteriores. Contudo, esta viragem à direita não foi tão grande como se esperava. Portanto, a aliança Verde-Esquerda-Trabalhista poderá ocupar oito assentos holandeses no Parlamento Europeu.
Na Bélgica, o primeiro-ministro anunciou que se vai demitir. “Vou entregar a minha demissão amanhã”. No entanto, a decisão Alexander Croo pode não estar diretamente relacionada com as Europeias, na medida em que as eleições regionais e federais estão a decorrer e cujos resultados do partido do líder do Governo ficam aquém das expectativas.
Em Itália, o Irmãos de Itália (FDI), cuja cabeça de lista é a primeira-ministra Giorgia Meloni, chega ao primeiro lugar. Segundo uma sondagem publicada no Corriere della Sera, o Irmãos de Itália (do grupo conservadores e reformistas europeus) obtêm entre 26 a 30% das intenções de voto. De seguida, surgem o Partido Democrático (socialistas europeus), com um resultado entre os 21 e os 25%, e o Movimento 5 Estrelas (não alinhados no Parlamento Europeu), num resultado entre os 10 e os 14%. A Liga, de Matteo Salvini (pertencente ao Identidade e Democracia), alcança entre 8 a 10% das intenções de votos (sofrendo uma queda significativa). Já em quinto lugar, está o Forza Itália – do PPE –, de Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu entre 2017 e 2019, com um resultado entre os 8,5 e os 10,5%.
Na Eslovénia – um dos mais recentes países a reconhecer a existência do Estado da Palestina; questão que foi, aliás, uma das mais importantes naquele país, no âmbito deste ato eleitoral –, o Partido Democrático Esloveno — pertencente ao Partido Popular Europeu — obteve 31,79% dos votos e elege quatro eurodeputados. Em segundo, ficou o Movimento da Liberdade (dos liberais da Renew) com 21,66%, elegendo dois eurodeputados. Em terceiro, ficou o Vesna — Partido Verde com 10,12%, tendo eleito um eurodeputado. Depois, surge o Nova Eslovénia, pertencente ao Partido Popular Europeu, com 7,84%. O Partido Popular Esloveno alcançou 7,48% e os dois elegem um eurodeputado. O Partido Social Democrata esloveno fica com 7,48%, mas não elege qualquer eurodeputado.
O democrata-cristão Donald Tusk, primeiro-ministro da Polónia, alcançou o primeiro lugar nestas eleições europeias. O líder da Coligação Cívica conseguiu uma vitória com a guerra na Ucrânia como tema central da campanha. Obteve 38,2% dos votos contra 33,9% do Partido Lei e Justiça (PiS). Já o partido nacionalista Confederação chegou aos 11,9%, o partido de centro-direita Terceira Via aos 8,2% e a Esquerda aos 6,6%. “Mostrámos que as nossas escolhas, os nossos esforços, têm uma dimensão muito maior do que apenas as nossas questões nacionais… mostrámos que somos um farol de esperança para a Europa”, afirmou Tusk quando foram apresentadas as primeiras projeções. “Os partidos no poder na Alemanha não têm razões para estar contentes e em França têm razões para uma tristeza dramática. Entre os grandes países, a Polónia mostrou que a democracia triunfa aqui”, evidenciou.
Num panorama mais geral, Ursula Von der Leyen – que passou por 17 estados-membros, incluindo Portugal – começou por dizer que quer trabalhar para formar “escudo contra os extremos, da esquerda e da direita” no Parlamento Europeu – tendo mais tarde apelado ao apoio de socialistas e liberais. “Hoje é um bom dia para o PPE. Ganhámos as eleições europeias, meus amigos”, explicou, numa reação na sede do partido de centro-direita, em Bruxelas. “O PPE é o grupo político mais forte do Parlamento Europeu, o PPE tem o maior número de líderes, (…) não é possível formar uma maioria sem o PPE e, em conjunto, vamos construir um escudo contra os extremos, da esquerda e da direita, vamos detê-los”, esclareceu a atual presidente da Comissão Europeia e candidata a um segundo mandato.
Pela primeira vez desde o início das eleições, em 1979, a contagem não inclui o Reino Unido, cujos 73 eurodeputados deixaram o Parlamento Europeu após o Brexit, formalizado em fevereiro de 2020.