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Rebeldes sírios nomeiam novo primeiro-ministro interino

Rebeldes sírios nomeiam novo primeiro-ministro interino
Quarta-feira 11 Dezembro 2024 - 08:35
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Os rebeldes sírios nomearam agora Mohammed al-Bashir como primeiro-ministro interino, após a recente queda do regime de Bashar al-Assad. Isto marca uma mudança significativa para a Síria, que está envolvida num conflito desde Março de 2011. O anúncio foi feito entre sinais de que a vida regressava à normalidade na capital Damasco, onde bancos e lojas começaram a reabrir. Al-Bashir, que lidera o Governo de Salvação Sírio liderado por Hayat Tahrir al-Sham, vai servir como zelador até 1 de março de 2025. Enfatizou a importância da estabilidade, dizendo à Al Jazeera: "Agora é tempo de o povo aproveitar a estabilidade e calma."

Esta mudança acompanha a saída dramática de Assad, que alegadamente fugiu para Moscovo enquanto os rebeldes aceleravam a tomada da capital. Anteriormente, al-Bashir geriu a administração de facto no território de Idlib controlado pelos rebeldes, demonstrando as suas raízes políticas e experiência à medida que avançava para liderar este governo de transição.


Agora, muitos têm esperança de mudança, à medida que os restos do regime de Assad começam a dissipar-se. Os rebeldes comprometeram-se a responsabilizar os responsáveis ​​pelos crimes do governo anterior, o que atraiu interesse tanto local como internacional. Al-Bashir sugeriu também esforços de colaboração para a governação, tendo envolvido membros do regime deposto para facilitar a continuidade e aliviar as preocupações do público sobre a transição.

Abu Mohammed al-Jolani, líder das facções islâmicas que se mobilizam contra Assad, manifestou esperança de paz, afirmando que a Síria já passou por conflitos suficientes e deve concentrar-se no caminho para o desenvolvimento e a reconstrução. Os seus comentários surgem numa altura em que as negociações com intervenientes regionais como a Turquia e o Qatar sugerem ramificações mais amplas para a soberania síria sob a governação rebelde.

Com a nomeação de al-Bashir, o domínio de Hayat Tahrir al-Sham (HTS) parece forte, o que levanta questões entre os governos ocidentais e os críticos que rotularam Hayat Tahrir al-Sham como afiliado a ideologias extremistas. Ao longo dos anos, Hayat Tahrir al-Sham emergiu como a fação rebelde dominante no meio da longa guerra civil síria, em transição do seu alinhamento anterior com a Al-Qaeda, o que complica as questões de reconhecimento diplomático por parte da comunidade internacional.

No entanto, o foco dos observadores internacionais volta-se para a forma como o novo governo interino irá operar a sua legitimidade e como pretende unificar as diversas comunidades residentes na Síria. O conflito sírio dividiu muitos em linhas étnicas e sectárias, criando um complexo mosaico de interesses e potenciais conflitos no futuro.

O destino dos refugiados também está entre as preocupações prementes, com milhões de pessoas deslocadas ao longo do conflito de nove anos, muitos deles a observarem ansiosamente a situação a partir de países vizinhos e de outros países. A ONU relata a Síria como a maior crise de refugiados do mundo, deixando questões em torno da reconstrução e se as famílias que regressam terão casas para onde regressar.

A comunidade global observa atentamente enquanto a liderança recém-nomeada traça o seu rumo. A relação com as potências externas, especialmente o Irão e a Rússia, continua a ser integral, tendo ambas as nações desempenhado papéis significativos no apoio ao regime de Assad durante a guerra civil. A influência do Irão sobre a Síria é particularmente preocupante, uma vez que a perda de Assad pode alterar alinhamentos estratégicos de longa data.


O resultado da administração de al-Bashir depende tanto da sua capacidade como da forma como as relações externas moldam as suas políticas. Têm surgido apelos para que os Estados Unidos recuem no apoio total a Hayat Tahrir al-Sham, na sequência dos compromissos públicos para o reconhecimento de novas estruturas governamentais que incluam todos os grupos. A perspectiva de um envolvimento pacífico parece ser frágil, mas potencialmente alcançável, dependendo da direcção que al-Bashir e a sua equipa orientarem o futuro da Síria.

A emergência de Al-Bashir de círculos pouco conhecidos para ser o rosto da Síria sugere a urgência que os líderes sentem em estabelecer autoridade no meio da instabilidade. As suas promessas de estabilidade sugerem uma visão estratégica no meio de tal caos, mas permanece incerto se o primeiro-ministro de transição conseguirá forjar a unidade entre forças díspares.

Após o tumulto, o foco permanecerá, sem dúvida, na restauração dos serviços básicos, na responsabilização por crimes passados ​​e na garantia da segurança dos residentes que sofreram imenso. A linha entre a esperança e o cepticismo continua ténue, mas muitos anseiam por uma vida pacífica após quase uma década de conflitos.

Por agora, com a vida a regressar provisoriamente às ruas de Damasco, o novo governo tem a tarefa de curar as feridas deixadas por anos de conflito, afirmar o controlo e superar a letargia da incerteza. Os próximos meses poderão revelar se este último capítulo poderá significar uma mudança real para o povo sírio.

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