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Venezuela rejeita bloqueio dos EUA enquanto China e México pedem moderação
Venezuela rejeita bloqueio dos EUA enquanto China e México pedem moderação
A Venezuela rejeitou na quarta-feira o que chamou de “ameaças grosseiras e arrogantes” dos Estados Unidos, depois de o presidente Donald Trump ter ordenado o bloqueio de petroleiros sancionados que entram e saem do país. A China manifestou oposição à “intimidação unilateral”, enquanto o México instou as Nações Unidas a intervir para evitar o derramamento de sangue, no meio da escalada das tensões.
Os militares venezuelanos afirmaram na quarta-feira que “não se deixam intimidar” pelas ameaças do presidente norte-americano, Donald Trump, que ordenou o bloqueio de navios petroleiros sob sanções que se dirigem para o país sul-americano e dele partem.
“Dizemos ao governo dos EUA e ao seu presidente que não nos intimidamos com as suas ameaças grosseiras e arrogantes”, declarou o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, num evento em Caracas, acompanhado por altos comandantes militares que, reiteradamente, juraram lealdade ao presidente Nicolás Maduro.
“A dignidade desta pátria não é negociável e não se deixa intimidar por ninguém”, acrescentou Padrino.
Na terça-feira, Trump ordenou o que descreveu como um “bloqueio” de todos os petroleiros sancionados com destino à Venezuela, uma medida que o governo de Maduro condenou como uma “ameaça grotesca”. O presidente norte-americano classificou o Governo da Venezuela como uma organização terrorista estrangeira e deverá dirigir-se à nação na noite de quarta-feira, na Casa Branca.
As tensões aumentaram drasticamente com a deslocação de milhares de soldados e de quase uma dezena de navios de guerra dos Estados Unidos, incluindo um porta-aviões, para as zonas próximas da costa caribenha da Venezuela. O governo de Maduro acusa Washington de tentar obter o controlo das vastas reservas de petróleo da Venezuela, alegação que os EUA negam.
A China também se manifestou na quarta-feira, sinalizando o apoio diplomático a Caracas. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ao seu homólogo venezuelano, Yvan Gil, que Pequim se opõe ao que chamou de “intimidação unilateral” por parte de Washington.
“A China opõe-se a todas as formas de intimidação unilateral e apoia todos os países na defesa da sua soberania e dignidade nacional”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China num comunicado que resume a conversa telefónica. “A Venezuela tem o direito de desenvolver, de forma independente, uma cooperação mutuamente benéfica com outros países.”
O México juntou-se aos apelos à moderação, com a Presidente Claudia Sheinbaum a exortar as Nações Unidas a tomarem medidas para evitar uma escalada ainda maior.
“Apelo às Nações Unidas para que cumpram o seu papel. Não têm estado presentes. Devem assumir o seu papel para evitar qualquer derramamento de sangue”, disse Sheinbaum durante a sua conferência de imprensa matinal.
Afirmou que o México se opõe à intervenção estrangeira na Venezuela e apelou ao diálogo e à desescalada entre Caracas e Washington. Sheinbaum ofereceu ainda o México como potencial anfitrião para negociações entre os dois países.
“O mundo inteiro deve garantir que não há intervenção e que há uma solução pacífica”, acrescentou.
O governo da Venezuela afirmou que rejeita categoricamente as ações de Trump, alertando que a crescente pressão militar e económica corre o risco de desestabilizar a região.