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O Gasoduto Marrocos-Nigéria: Um Desafio Estratégico Africano para uma Transição Energética Global
Marrocos caminha para uma fase crucial na implementação do projeto do Gasoduto Marrocos-Nigéria até 2025. Este projeto, com mais de 5.600 quilómetros e um custo superior a 25 mil milhões de dólares, é a maior iniciativa energética da história do continente africano.
Este projeto, que decorre de um acordo estratégico assinado entre Marrocos e a Nigéria em 2016, não só garante o transporte de gás nigeriano para os mercados europeus, como visa reforçar a segurança energética nos 13 países africanos por onde passa e apoiar a integração económica regional.
A primeira fase do projecto ligará o porto de Nador Med à cidade de Dakhla e, posteriormente, estender-se-á para sul, até à Nigéria, passando por vários países da África Ocidental, incluindo a Mauritânia e o Senegal. A capacidade prevista do gasoduto é de 15 a 30 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, o que o torna uma infra-estrutura estratégica tanto a nível continental como internacional.
Os especialistas em energia e economia concordam que este projecto tem implicações económicas e estratégicas significativas. Por um lado, reduz a dependência da Europa do gás russo e, por outro, oferece a África uma oportunidade única de alavancar os seus recursos naturais, criando milhares de empregos directos e indirectos e estimulando cadeias de valor industriais em diversos sectores relacionados com a energia, a logística e a construção.
Por outro lado, o projecto não está isento de desafios, principalmente o enorme financiamento necessário, que exige o envolvimento de instituições financeiras internacionais e de grandes investidores. Nos últimos meses, foram realizadas reuniões com organismos e instituições financiadoras, como o Fundo da OPEP para o Desenvolvimento Internacional (OPEP) e o Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID), bem como com empresas globais de energia, como a suíça Vitol. A situação da segurança na região do Sahel e a concorrência com projetos paralelos, como o Gasoduto Transsaariano da Argélia, também representam desafios adicionais que podem ter impacto no ritmo de implementação e no ambiente de investimento.
Para fazer face a estas restrições, a capital, Rabat, acolheu uma série de reuniões de coordenação que reuniram responsáveis de Marrocos, da Nigéria e dos Estados-membros da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental). Durante estas reuniões, foi alcançado um acordo para acelerar o ritmo de implementação, estabelecendo uma joint-venture para gerir o projecto. A decisão final de investimento deverá ser anunciada antes do final de 2025.
Perante este impulso, os observadores questionam a capacidade do continente africano, liderado por Marrocos e pela Nigéria, para traçar um novo rumo no mercado energético global.
O sucesso do projecto do gasoduto Marrocos-Nigéria poderá anunciar uma mudança qualitativa nas relações entre África e Europa e dar a África uma posição negocial mais forte nas equações energéticas internacionais. Este gasoduto poderá tornar-se uma artéria vital ligando o Sul e o Norte globais, redesenhando o mapa da influência energética nas próximas décadas.