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Marrocos prestes a tornar-se um pólo global de produção de hidrogénio verde até 2050
Um relatório recente da consultora internacional PwC prevê que Marrocos poderá tornar-se um dos principais centros mundiais de produção de hidrogénio verde de baixo custo até 2050, juntamente com a Arábia Saudita. De acordo com a plataforma Asharq Bloomberg, esta projeção confirma a crescente posição do Reino no mapa global das energias renováveis e a relevância da estratégia energética que tem vindo a implementar há mais de uma década.
O relatório estima que o custo de produção de um quilo de hidrogénio verde em Marrocos se situe entre 1€ e 1,25€, um dos níveis mais competitivos a nível internacional. Este desempenho esperado é de grande importância no contexto da corrida global para reduzir os custos de produção desta energia limpa, considerada uma alavanca fundamental para alcançar a neutralidade carbónica e reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.
O Reino beneficia de condições naturais excecionais, com alguns dos maiores níveis de insolação do mundo e zonas costeiras varridas por ventos fortes e constantes. Estas vantagens permitem a produção de electricidade renovável — uma componente essencial na produção de hidrogénio verde — a custos muito baixos. Marrocos goza ainda de uma localização geográfica estratégica, próxima da Europa, e de uma moderna infra-estrutura portuária, nomeadamente o Porto de Tânger-Médio, o que lhe confere uma vantagem logística decisiva para a exportação de hidrogénio e seus derivados.
Esta perspectiva confirma o sucesso da política energética marroquina lançada em 2009, ano em que foi implementada a estratégia nacional para as energias renováveis. O país visa não só produzir eletricidade limpa, mas também construir um ecossistema industrial completo em torno do hidrogénio verde, incluindo armazenamento, transporte e conversão em derivados exportáveis, como o amoníaco e o metanol verde.
A crescente procura europeia de hidrogénio verde, no âmbito da estratégia de descarbonização da União Europeia, representa uma grande oportunidade para reforçar as parcerias energéticas entre Marrocos e a Europa. Os projectos em curso em Dakhla, Tarfaya e Nador deverão ajudar a estabelecer uma base de produção sólida, capaz de satisfazer esta procura futura.
O relatório da PwC ilustra, portanto, a confiança internacional na capacidade de Marrocos se tornar um ator central no mercado global de energia verde. Se o Reino continuar a investir em investigação, infraestruturas e regulamentação, 2050 poderá marcar o surgimento de uma nova potência energética no sul do Mediterrâneo, ancorada na sustentabilidade e na soberania energética.