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Marrocos prepara-se para tributar o GAFAM para reequilibrar o mercado digital
Na era digital, as empresas GAFAM ( Google , Apple, Facebook, Amazon , Microsoft) dominaram o mercado global de publicidade online, levantando questões de justiça fiscal. Marrocos, confrontado com estas questões político-económicas, prepara-se para tomar decisões relativas à tributação destas multinacionais presentes no seu território.
O termo GAFAM designa um grupo de empresas dominantes na economia digital. Eles personificam o poder financeiro e os excessos do capitalismo, levantando preocupações sobre a sua dominação, a evasão fiscal e a renda monopolista. Ao comprar constantemente os seus concorrentes, estas empresas mantêm o seu domínio do mercado global, como evidenciado pela compra do Instagram pelo Facebook dois anos após a sua criação.
GAFAM também são sinônimo de otimização tributária. Por exemplo, a Apple pagou um imposto sobre as sociedades de apenas 0,005% na Europa, tirando partido do maior mercado do mundo e escapando à tributação justa. Esta situação levanta importantes questões democráticas, porque estes gigantes têm acesso a enormes quantidades de dados pessoais, comprometendo a proteção dos dados dos utilizadores.
A tributação GAFAM difere do imposto tradicional, baseando-se no volume de negócios e não no lucro. Este imposto visa três atividades principais: receitas de publicidade online, venda de dados para fins comerciais e publicitários e comissões sobre serviços de intermediação de transações digitais. Em 2021, um acordo internacional sob a égide da OCDE estabeleceu uma taxa mínima de imposto de 15% para multinacionais tecnológicas com um volume de negócios superior a 750 milhões de euros.
Em Marrocos, a Direção-Geral dos Impostos (DGI) implementou a tributação do GAFAM a partir de fevereiro de 2024, na sequência de uma alteração das regras de territorialidade do IVA. Esta iniciativa visa tributar os serviços digitais desmaterializados consumidos em Marrocos, em particular os serviços de streaming e jogos prestados pela Google, Facebook e outros gigantes tecnológicos. A DGI pretende assim captar uma parte significativa das receitas publicitárias que, atualmente, escapam às autoridades fiscais marroquinas.
No entanto, o domínio do GAFAM coloca desafios aos intervenientes locais que poderiam beneficiar destes ganhos financeiros extraordinários. Tal como o Canadá, que decidiu deixar de comprar espaço publicitário no Facebook e Instagram, Marrocos poderia considerar medidas semelhantes para reequilibrar o mercado. A disputa entre o governo canadense e a Meta sobre a partilha dos lucros publicitários ilustra a necessidade de arbitragens vinculativas para garantir uma compensação justa pelos conteúdos partilhados em plataformas digitais.
Para Marrocos, um dos principais desafios é desenvolver plataformas tecnológicas locais eficientes para competir com a GAFAM e oferecer aos anunciantes alternativas viáveis. A implementação deste imposto representa um passo importante no sentido da justiça fiscal e do reforço da soberania digital do país.