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Marrocos apoia a resolução da ONU para a retirada israelita dos territórios ocupados

Marrocos apoia a resolução da ONU para a retirada israelita dos territórios ocupados
Sexta-feira 20 Setembro 2024 - 15:10
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Os Estados e organizações árabes e islâmicas saudaram, esta quarta-feira, a decisão das Nações Unidas que exige que Israel se retire dos territórios palestinianos ocupados no prazo de 12 meses, uma resolução descrita como “histórica” por muitos deles, ao mesmo tempo que sublinham a necessidade da sua implementação concreta.

Entre os que manifestam apoio estão a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, a Jordânia e a Organização de Cooperação Islâmica (OCI). Os palestinianos, por seu lado, saudaram calorosamente a decisão, enquanto Israel a rejeitou de imediato.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, durante esta sessão, adoptou por uma grande maioria de 124 votos contra 14, a primeira resolução apresentada pela Palestina. Este texto exige que Israel realize uma retirada total dos territórios ocupados no prazo de um ano. Entre os votos favoráveis ​​esteve o de Marrocos, enquanto a proposta foi apoiada por mais de 40 países durante uma sessão especial de emergência intitulada: “Medidas ilegais de Israel em Jerusalém Oriental ocupada e outros territórios palestinianos ocupados”.

Numa declaração oficial, a OCI saudou a adopção desta resolução, qualificando a ocupação israelita de ilegal e apelando a acções concretas para lhe pôr termo. “Esta resolução reflecte o consenso internacional sobre a justiça da causa palestiniana e demonstra o apoio contínuo aos direitos legítimos do povo palestiniano”, afirmou a organização, ao mesmo tempo que insta os Estados-membros a “assumirem as suas responsabilidades e tomarem medidas para garantir isso”. Israel respeita as suas obrigações ao abrigo do direito internacional.

Por seu lado, o Presidente palestiniano Mahmoud Abbas saudou com satisfação a decisão da ONU. “A votação desta resolução por dois terços da Assembleia Geral das Nações Unidas constitui um consenso internacional em torno da justiça da causa palestiniana e uma vitória para o direito inalienável do povo palestiniano à autodeterminação e ao estabelecimento do seu Estado independente”, disse de acordo com a Agência de Notícias Palestina.


Acrescentou que este consenso faz renascer a esperança do povo palestiniano, que enfrenta agressões maciças e o que descreveu como genocídio em Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém. Para ele, esta resolução permite-nos alimentar a esperança de ver a Palestina livre, independente, com Jerusalém Oriental como capital.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano também destacou a importância histórica desta resolução. Em comunicado, disse que este texto marca “um momento decisivo para a causa palestiniana e para o direito internacional”. O ministério prometeu “trabalhar incansavelmente”, através das suas embaixadas e com o apoio dos estados aliados, para garantir que esta decisão é seguida de ações concretas destinadas a responsabilizar Israel pelas suas ações.

Por outro lado, Israel rejeitou esta resolução. Através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Estado judaico denunciou uma decisão “desligada da realidade” e considerada prejudicial para as perspectivas de paz.

De referir que a Palestina beneficia do estatuto de observador de “Estado não membro” nas Nações Unidas, obtido em 2012 na sequência de um voto favorável da Assembleia Geral. Esta resolução surge num contexto particularmente tenso, uma vez que Israel continua uma ofensiva militar em Gaza desde 7 de Outubro, largamente apoiada pelos Estados Unidos. Segundo fontes locais, este conflito já provocou mais de 136 mil vítimas palestinianas, a maioria das quais são mulheres e crianças, além de dezenas de milhares de pessoas desaparecidas.

Apesar da crescente pressão internacional, Israel continua as suas operações militares, ignorando os repetidos apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas para um cessar-fogo imediato, bem como as injunções do Tribunal Internacional de Justiça para prevenir o genocídio em curso e melhorar a terrível situação humanitária em Gaza.


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