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Kamala Harris sugere possível candidatura presidencial em 2028
Os seus comentários à BBC são o indício mais forte até à data de que Harris pode procurar a nomeação do Partido Democrata para as eleições de 2028.
A ex-vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, disse numa entrevista televisiva transmitida no Reino Unido no sábado que "possivelmente" poderia voltar a candidatar-se à presidência.
Kamala Harris, que substituiu Joe Biden como candidata presidencial democrata nas eleições de 2024, mas foi derrotada por Donald Trump, disse à BBC que ainda não tinha decidido se se recandidataria à Casa Branca.
Mas a ex-senadora de 61 anos insistiu que ainda não tinha "encerrado" a sua carreira política e que as suas jovens sobrinhas-netas veriam uma presidente mulher no Salão Oval "nas suas vidas, isso é certo". "Dediquei toda a minha carreira ao serviço público. Está enraizado em mim e há muitas formas de servir", disse Harris à estação britânica numa entrevista que será transmitida na íntegra no domingo. "Ainda não decidi o que farei no futuro", acrescentou.
"Muitos desistiram".
Estes comentários são o indício mais forte até agora de que Harris poderá procurar a nomeação do Partido Democrata para as eleições de 2028. Ela também desvalorizou a importância das sondagens, que lhe dão poucas hipóteses de sucesso. "Há todo o tipo de sondagens por aí que dizem coisas muito diferentes", argumentou a ex-senadora da Califórnia, cuja carreira política começou como procuradora distrital de São Francisco. "Se tivesse prestado atenção às sondagens, não teria concorrido ao meu primeiro ou segundo mandato."
Harris criticou ainda a conduta de Donald Trump durante os primeiros dez meses do seu segundo mandato e teceu duras críticas aos líderes empresariais e às instituições norte-americanas, a quem acusou de cederem facilmente às suas exigências. "Há muitos que capitularam no primeiro dia, que se curvaram perante um tirano, por muitas razões, penso eu", disse ela à BBC. Entre essas razões, ela citou o desejo "de estar perto do poder, porque talvez queiram aprovar uma fusão ou evitar uma investigação".
Esta entrevista surge após a publicação das suas memórias no mês passado, nas quais ela argumentou que era "imprudente" permitir que Joe Biden, cuja saúde era incerta, se candidatasse a um segundo mandato como presidente. Acusou ainda a sua equipa na Casa Branca de não a apoiar quando era sua vice-presidente e, por vezes, de a obstruir ativamente.