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Imobiliário 2024: Desafios e Oportunidades!
O panorama imobiliário em Portugal em 2024 apresenta uma mistura de desafios e oportunidades. Com preocupações com o aumento dos preços, o aperto da política monetária e a dificuldade de acesso ao crédito à habitação. É por isso que quero fazer uma análise do impacto no setor através do olhar dos compradores e do interesse estrangeiro no imobiliário português.
Baseio-me aqui em vários relatórios nacionais e internacionais publicados nas últimas semanas, especialmente após o rescaldo das últimas eleições em Portugal, que traçam o destino político do país para os próximos anos.
Em 2023, o mercado imobiliário português sofreu alterações significativas. Após a pandemia, houve um aumento do interesse por imóveis, gerando um mercado competitivo. No entanto, as vendas imobiliárias em Portugal abrandaram.
À incerteza juntaram-se as questões económicas e políticas globais, a inflação elevada, as taxas de juro elevadas, o aumento dos custos de construção e a escassez de bens imobiliários. Como resultado, o mercado imobiliário tem registado um declínio da sua atividade, menos casas vendidas e um aumento da concorrência em países que ainda oferecem Vistos de Investimento e métodos de arrendamento sem limitações.
As construtoras, promotores e proprietários não têm abrandado a subida dos preços, porque a oferta de habitação continua limitada e, por questões de licenciamento, não cedendo às necessidades da população e do próprio mercado imobiliário.
Mas para os investidores, o interesse manifestado por estrangeiros em imóveis em solo português é e continua a ser uma opção viável a longo prazo.
As medidas governamentais, como o fim do programa Golden Visa e a redução dos incentivos fiscais para novos residentes, reflectem uma grande preocupação dos profissionais da área. No entanto, a escassez de casas em comparação com a procura foi um dos catalisadores para o aumento dos preços das casas, posicionando assim o mercado imobiliário para compradores estrangeiros, ao lado de regiões e cidades como Milão, Madrid e Berlim.
O setor imobiliário português tem mostrado resiliência, desacelerando menos do que o previsto e subindo menos os preços das casas do que o esperado no início deste ano de 2024. Parece-me que não voltaremos a ter resultados recordes em 2024, mas acredito que o mercado internacional a demanda não diminuirá. Por esta razão e pelas questões inerentes à falta de habitação em Portugal, penso que a política de atração de capital estrangeiro para Portugal e os seus vistos de investimento devem ter este objetivo em conta. Criar Fundos de Investimento Imobiliário com o objectivo de criar habitação para terceiros, apoiados em políticas fiscais que atraiam grandes fundos internacionais que já operam nesta vertente empresarial seria a chave para resolver o problema habitacional, basta olhar para os alemães e belgas mercados para saber até que ponto este modelo tem funcionado há décadas.
Apesar disso, prevejo um abrandamento significativo em 2024 no mercado residencial nacional, pelo que é da maior importância que nos adaptemos às novas circunstâncias do mercado imobiliário em Portugal.
Quer seja um investidor, um empresário ou mesmo um comprador de casa, preciso de estar atento aos indicadores económicos recentes, é crucial poder tomar as decisões certas no momento certo.
Em conclusão, o mercado imobiliário português enfrenta obstáculos significativos e necessita de uma abordagem multifacetada para mitigar os efeitos da falta de oferta e do aumento das taxas de juro bancárias.