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Governo toma novas medidas para ‘reorganizar’ imigração ‘descontrolada’ em Portugal

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Governo toma novas medidas para ‘reorganizar’ imigração ‘descontrolada’ em Portugal
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O governo AD de Portugal formalizou novas medidas para reorganizar o que tem denunciado repetidamente como a "imigração descontrolada" dos últimos sete anos.

O Conselho de Ministros de ontem (segunda-feira) aprovou quatro alterações legais, que agora seguirão para debate no parlamento.

Elas incluem a criação de uma "unidade de estrangeiros e fronteiras" dentro da PSP (muito semelhante ao extinto SEF, serviço de fronteiras e estrangeiros); mudanças nas regras de nacionalidade — tornando mais difícil obter a cidadania portuguesa; alterações nos termos de reunificação familiar e a perda da nacionalidade para qualquer pessoa (nascida fora do país) que cometa crimes graves.

As mudanças foram “guiadas pelo respeito constitucional” e pela preocupação com “valores humanistas”, disse o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em conferência de imprensa, sublinhando que o Governo consultou constitucionalistas experientes antes de tomar estas medidas.

No que diz respeito às alterações às leis sobre nacionalidade, o foco é que qualquer pessoa que solicite a cidadania deve ser vista como alguém que procura “pertencer à comunidade nacional” com uma “ligação genuína, sólida e duradoura a Portugal”.

À luz do recente desastre aéreo na Índia, onde todas as seis vítimas portuguesas eram, na verdade, estrangeiras que nunca viveram em Portugal, esta mudança é particularmente relevante: o governo está fechando "brechas" que faziam com que o passaporte português fosse visto pouco mais que uma forma de entrar no espaço Schengen e em outros países europeus.

O mesmo se aplica à cidadania portuguesa para bebês de pais estrangeiros que chegam ao país com visto de turista. Eles não serão mais elegíveis para a cidadania. Um bebê só será elegível se ambos os pais tiverem residido no país como residentes por pelo menos três anos, e somente se os pais assim o solicitarem.

Quanto ao tempo que os estrangeiros precisam viver como residentes em Portugal antes de poderem solicitar a nacionalidade, o governo quer que esse prazo seja estendido dos atuais cinco anos para 10 para a maioria das nacionalidades (sete para cidadãos da CPLP (países de língua portuguesa)) — enquanto a controversa anistia concedida aos judeus sefarditas expulsos durante pogroms de 500 anos atrás foi completamente descartada.

As reportagens de hoje detalham os requisitos para estrangeiros que buscam se tornar "portugueses": eles precisarão dominar o idioma e a cultura portuguesa, além de entender como a sociedade e a política nacional funcionam. Pessoas com condenações criminais não se qualificarão para a nacionalidade portuguesa, e aqueles que, como cidadãos portugueses, cometerem crimes graves (como assassinato, estupro ou fraude institucional) correm o risco de ter sua nacionalidade adotada cassada por um juiz. 

O Conselho de Ministros decidiu também que apenas “estrangeiros altamente qualificados” poderão visitar Portugal sem contrato de trabalho.

Em suma, a AD quer transformar a maneira como estrangeiros têm chegado ao país em grande número, para que o país seja beneficiado, não apenas os recém-chegados. 

Para tanto, será criado um novo departamento na AIMA, a agência para a integração, migrações e asilo, intitulado "departamento de talentos". Ele terá como objetivo "negociar com as universidades" a chegada de pesquisadores/professores estrangeiros.

O reagrupamento familiar tem sido outro problema real na imigração – ameaçando aumentar a população em centenas de milhares de pessoas , a maioria das quais sem emprego, sem alojamento, com poucas qualificações e com pouco conhecimento da língua portuguesa. O governo suspendeu, por enquanto, o reagrupamento familiar – e agora isso só se aplicará aos menores de imigrantes que residam legalmente em Portugal há pelo menos dois anos, desde que seja assegurada a "acomodação adequada", bem como os meios financeiros para os receber. Espera-se também que os familiares que chegam se "integrem", aprendam a língua portuguesa e frequentem a escolaridade obrigatória.

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