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Governo enfrenta reação negativa por apelos para limitar as celebrações de 25 de abril em respeito ao Papa Francisco

Sexta-feira 25 Abril 2025 - 12:15
Governo enfrenta reação negativa por apelos para limitar as celebrações de 25 de abril em respeito ao Papa Francisco
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O governo português está enfrentando críticas generalizadas após pedir que as comemorações da Revolução de 25 de abril sejam mais reservadas após a morte do Papa Francisco .

A decisão, anunciada na quarta-feira após uma reunião do Conselho de Ministros, foi confirmada pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, que afirmou que o luto nacional implicaria uma “abordagem reservada às comemorações” do Dia da Liberdade de Portugal.

“Informamos as entidades organizadoras que não participaremos destes atos comemorativos durante este período de luto sincero e profundo”, disse Leitão Amaro em conferência de imprensa.

Apesar da mensagem inicial, o governo esclareceu posteriormente que não havia solicitado o cancelamento das homenagens de 25 de abril e confirmou sua participação na sessão parlamentar oficial, enfatizando a autonomia do Parlamento.

A decisão de limitar as festividades foi duramente criticada pelos partidos de esquerda portugueses. Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista e líder da oposição, classificou a medida como um "grave erro de julgamento" do sentimento do público.

“Isso compromete uma data muito importante para o povo português”, disse o líder socialista no Porto, acrescentando que celebrar a Revolução dos Cravos não é um insulto à memória do falecido Papa. “O Papa Francisco foi um defensor da liberdade e da igualdade, valores que celebramos em abril”, disse ele.

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), ecoou essa crítica, insistindo que o 25 de abril não é uma data adiável. "Não adiamos o fim da ditadura nem o primeiro dia da democracia", escreveu nas redes sociais. Mais tarde, acrescentou que a postura do governo demonstrava "desrespeito ao Dia da Liberdade".

Rui Tavares, líder do Livre, classificou a decisão como "chocante, deplorável e lamentável. Deixar de celebrar a democracia, sob qualquer pretexto, é um sinal de ingratidão".

O Partido Comunista Português (PCP) também se pronunciou, afirmando que a melhor maneira de homenagear o Papa seria defender os valores que ele defendeu — paz e justiça, que também sustentam o legado da Revolução dos Cravos.

Enquanto isso, Vasco Lourenço, ex-militar do Movimento das Forças Armadas (MFA) e agora presidente da Associação 25 de Abril, argumentou que interromper as celebrações desonrava o Papa em vez de lhe prestar homenagem.

“O Papa Francisco foi um homem de abril”, disse Lourenço. “Cancelar uma celebração da liberdade e dos direitos humanos é uma ofensa ao seu legado, não uma homenagem.”

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