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Espaço Blue Skies: pioneiro na comercialização de dados astronómicos

Espaço Blue Skies: pioneiro na comercialização de dados astronómicos
Domingo 11 Agosto 2024 - 16:30
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Num movimento inovador, a start-up Blue Skies Space, sediada no Reino Unido, está preparada para transformar a forma como os cientistas acedem aos dados astronómicos. Ao alavancar os seus satélites únicos, a empresa planeia recolher e vender dados científicos como um serviço, abrindo novas oportunidades de investigação.

Dados astronómicos como serviço
Fundada em 2014, a Blue Skies Space prepara-se para lançar o seu primeiro satélite, Mauve, em outubro de 2025 a bordo de um SpaceX Falcon 9. Ao longo de uma missão de três anos, Mauve irá observar centenas de estrelas na Via Láctea, captando dados em ultravioleta e visível. Esta missão tem como objetivo fornecer informações cruciais sobre a composição, temperatura, densidade, massa, distância e luminosidade das estrelas.

Os investigadores ganharão a capacidade de estudar a atividade magnética estelar, as erupções e os seus efeitos em exoplanetas próximos. O acesso a esta riqueza de informação, no entanto, requer uma subscrição anual do serviço Blue Skies Space.

Embora outras empresas monetizem dados espaciais, normalmente dependem de telescópios terrestres ou satélites que observam a Terra. “Nenhuma empresa privada ofereceu dados astronómicos como serviço antes; somos os primeiros”, disse Marcell Tessenyi, cofundador e CEO da Blue Skies Space, em entrevista ao TechCrunch.

Tessenyi destaca a sua extensa colaboração com a comunidade científica global, que informou o seu modelo de negócio e as ofertas de dados. A empresa estabeleceu parcerias com instituições de 11 países, incluindo a Universidade de Boston e o Observatório Astronómico Nacional do Japão. No entanto, o custo da subscrição anual permanece por divulgar.

Expandindo horizontes com observação de exoplanetas
Para a engenharia dos seus satélites, a Blue Skies Space recrutou fabricantes experientes. O seu próximo satélite, o Twinkle, será construído pela Airbus e irá focar-se em medições espectroscópicas de atmosferas de exoplanetas distantes, com uma missão que se estenderá por sete anos.

Desde a sua criação, a Blue Skies Space já angariou aproximadamente 6,5 milhões de dólares, incluindo 2 milhões de dólares em abril de investidores como o Sparx Group do Japão e a SFC Capital, com sede no Reino Unido. A empresa recebeu também financiamento do programa de investigação e inovação Horizon Europe da União Europeia.

Esta iniciativa exemplifica as oportunidades crescentes no novo sector espacial, marcadas pelo aumento da comercialização e privatização das actividades espaciais. Estão a surgir startups inovadoras com novas ofertas. “O nosso serviço oferece maior flexibilidade à comunidade científica, complementando instalações de elevada procura normalmente geridas por agências governamentais”, explica Tessenyi.

Ao oferecer esta nova abordagem, a Blue Skies Space está preparada para melhorar a investigação científica e expandir o acesso a dados astronómicos críticos.