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De Mistura: Os próximos três meses são cruciais para o futuro da questão do Saara.
A questão do Saara continua a atrair a atenção internacional. O Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para o Saara, Staffan de Mistura, informou o Conselho de Segurança na segunda-feira, 14 de abril de 2025, sublinhando que os próximos três meses serão decisivos para o futuro deste conflito regional. Esta avaliação surge no meio de um renovado compromisso de vários membros influentes do Conselho, incluindo poderes de veto, aumentando as esperanças de uma solução política para pôr fim a um dos conflitos mais longos da região.
Um período de teste para os esforços diplomáticos
No seu discurso à porta fechada, de Mistura observou que o próximo trimestre representa um "período experimental" não só para a credibilidade dos esforços diplomáticos, mas também para a possibilidade de alcançar uma genuína distensão regional. Ele disse: "Estou convencido de que os próximos três meses representam uma oportunidade para consolidar a calma regional, desde que os países influentes se envolvam mais."
Salientou ainda que a sessão de Outubro seria uma data decisiva, desde que alguns dos rumos do conflito pudessem ser alterados até lá, manifestando a sua determinação, que partilha com o Secretário-Geral da ONU.
Apoio claro dos EUA à autodeterminação
De Mistura destacou o apoio dos Estados Unidos à "verdadeira autonomia" nos territórios saarauís, vendo-o como uma extensão dos seus esforços para pressionar Marrocos a clarificar os detalhes da sua proposta de autonomia de 2007, que continua a ser a única oferta estruturada apresentada até à data. Esta posição americana reflecte o crescente apoio a uma solução política que preserva a soberania marroquina e, ao mesmo tempo, concede amplos poderes à região.
Desenvolvimentos diplomáticos promissores
O enviado da ONU destacou dois desenvolvimentos diplomáticos recentes com implicações positivas. Em primeiro lugar, Washington recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino, Nasser Bourita, no dia 8 de abril, onde se reuniu com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Rubio afirmou o apoio do seu país a um acordo mutuamente aceitável, destacando o reconhecimento, em dezembro de 2020, por parte da administração Trump da soberania de Marrocos sobre o Saara Ocidental. Em segundo lugar, o Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, visitou a Argélia no dia 6 de Abril, após um telefonema entre os Presidentes Abdelmadjid Tebboune e Emmanuel Macron. Embora a questão do Saara não tenha sido explicitamente levantada, de Mistura acredita que esta reunião pode contribuir para melhorar o clima regional.
Tensão contínua entre a Argélia e Marrocos
Apesar destes desenvolvimentos positivos, de Mistura expressou. Expressou o seu pesar pela contínua estagnação nas relações entre Marrocos e a Argélia. Em vez disso, agravou-se, indicando que a normalização entre os dois países é um “pré-requisito”. Para evitar uma escalada regional. Destacou as tensões atuais e a ausência de diálogo bilateral. O encerramento de fronteiras e o aumento de armamento de ambos os lados ameaçam a estabilidade na região.
Mensagens de Washington: forte apoio e envolvimento direto
De Mistura concluiu o seu briefing apontando três mensagens principais que recebeu de Washington durante as suas recentes consultas: a necessidade de a autonomia ser "real", a importância de se chegar a uma solução negociada entre as partes e a necessidade de se negociar um acordo político. Os Estados Unidos prometeram o envolvimento direto para chegar a um acordo aceitável.
Salientou que, a confirmar-se este compromisso, no que respeita às resoluções do Conselho de Segurança, as Nações Unidas serão um apoiante efetivo deste processo.
Uma oportunidade histórica ou um novo desafio?
O briefing de De Mistura revela um crescente ímpeto diplomático que pode abrir as portas a uma solução política para a questão do Saara Ocidental. Sobretudo com o apoio de grandes potências como os Estados Unidos. No entanto, as actuais tensões entre a Argélia e Marrocos continuam a ser um grande obstáculo para alcançar a calma regional. Os próximos meses serão cruciais para determinar se estes esforços conduzirão ao tão esperado avanço. Ou os desafios regionais continuarão a impedir o progresso real?