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CAIR critica júri do Nobel por homenagear "apoiante do fascismo anti-muçulmano"
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR), o maior grupo de defesa dos direitos civis e dos direitos humanos dos muçulmanos nos Estados Unidos, condenou veementemente a decisão do comité do Prémio Nobel da Paz de atribuir o prémio deste ano à política venezuelana Maria Corina Machado, considerando-a "insultuosa e inaceitável".
O CAIR afirmou que a escolha do comité para homenagear Machado – uma política conhecida pelo seu apoio aos movimentos de extrema-direita da Europa e ao partido Likud, no poder em Israel – foi "uma afronta" àqueles que, em todo o mundo, arriscaram as suas vidas opondo-se ao racismo, ao fascismo e ao genocídio em curso em Gaza.
"O Prémio Nobel da Paz deve ser atribuído a indivíduos que demonstraram consistência moral ao defender corajosamente a justiça para todas as pessoas, e não a políticos que exigem democracia no seu próprio país enquanto apoiam o racismo, a intolerância e o fascismo no estrangeiro", afirmou o CAIR num comunicado a partir da sua sede em Washington, D.C.
A CAIR instou Machado a pedir desculpa e a renunciar às suas declarações e afiliações anteriores, incluindo a sua participação na conferência de extrema-direita Patriotas da Europa, em Madrid, no início deste ano, onde oradores como Geert Wilders, Marine Le Pen e Viktor Orban apelaram a uma "nova Reconquista" – uma referência à limpeza étnica de muçulmanos e judeus de Espanha no século XV.
"Pedimos à senhora Machado que renuncie ao seu apoio ao Partido Likud e ao fascismo anti-muçulmano na Europa", disse a CAIR. "Se ela recusar, o comité do Nobel deve reconsiderar a sua decisão, que minou a sua própria reputação. Um fanático anti-muçulmano e apoiante do fascismo europeu não tem lugar em ser mencionado ao lado de pessoas como o Dr. Martin Luther King Jr. e outros dignos vencedores do Nobel."
A CAIR afirmou que o comité Nobel deveria, em vez disso, homenagear "estudantes, jornalistas, ativistas ou profissionais da área médica que arriscaram as suas carreiras e vidas para se oporem ao genocídio em Gaza" – indivíduos que, segundo o grupo, representam o verdadeiro espírito de paz e justiça.
Em Fevereiro, Machado fez um discurso virtual na conferência Patriotas da Europa, onde várias figuras de extrema-direita denunciaram a imigração e glorificaram a expulsão medieval de muçulmanos da Península Ibérica. A Reuters noticiou que a mensagem vídeo de Machado abriu o evento, que contou com a presença de líderes extremistas de toda a Europa.
Machada também expressou um forte apoio ao governo de extrema-direita de Israel. Em 2020, ela assinou uma aliança formal entre o seu partido político e o Partido Likud e, mais tarde, declarou: "A luta da Venezuela é a luta de Israel". Esta prometeu transferir a embaixada da Venezuela para Jerusalém, endossando a ocupação ilegal da cidade por Israel.
A CAIR concluiu que homenagear tal figura "desonra o legado do Prémio Nobel da Paz" e ignora o sofrimento das vítimas da guerra e da opressão em todo o mundo.