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Biden promete reunir a América no meio de crescentes dúvidas internas do partido

Biden promete reunir a América no meio de crescentes dúvidas internas do partido
Segunda-feira 08 Julho 2024 - 17:25
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Biden promete reunir a América no meio de crescentes dúvidas internas do partido


A pressão aumenta à medida que democratas proeminentes questionam a tentativa de reeleição de Biden
Numa atmosfera carregada de escrutínio político, o Presidente Joe Biden reafirmou o seu compromisso com uma América unida durante uma paragem de campanha na Pensilvânia, no domingo. Apesar do crescente cepticismo dentro do seu próprio partido, Biden proclamou a sua disponibilidade para um segundo mandato na Casa Branca, insistindo que está “pronto para o cargo”.

Dissidência interna entre os democratas
A garantia do Presidente surge num contexto de dúvidas crescentes entre os democratas de alto perfil. Após uma prestação vacilante no debate contra o ex-presidente Donald Trump e uma entrevista inexpressiva à ABC, uma fação de representantes democratas reuniu-se virtualmente com o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries. Entre aqueles que alegadamente pediram a Biden para se retirar da corrida estavam os deputados Jerry Nadler, de Nova Iorque, e Jamie Raskin, de Maryland.

Com o Congresso marcado para se reunir novamente na segunda-feira, a bancada democrata está preparada para abordar a viabilidade do presidente como candidato do partido. Uma reunião pessoal com Jeffries está marcada para terça-feira, onde a discussão provavelmente se concentrará nas perspetivas da campanha de Biden.

Apelos à Mudança de Liderança
Enquanto Biden embarcava numa campanha para galvanizar eleitores, doadores e pessoal de campanha, o deputado Adam Schiff sugeriu que a vice-presidente Kamala Harris poderia potencialmente derrotar Trump. Schiff, um provável candidato ao lugar no Senado da Califórnia, instou Biden a “passar o testemunho” se não conseguir garantir uma vitória esmagadora.

Durante um discurso animado a uma congregação de apoio na Igreja de Deus em Cristo Mount Airy, em Filadélfia, Biden reiterou a sua visão de unidade nacional sem abordar as preocupações sobre a sua saúde e forma física. A resposta da congregação foi extremamente positiva, com gritos de “mais quatro anos” a ecoar pela igreja.

Reações mistas dentro do partido
Apesar da demonstração de apoio, as vozes dissidentes dentro do Partido Democrata tornaram-se mais altas. Os relatórios da CBS e da CNN indicam que representantes adicionais, incluindo Mark Takano da Califórnia, Adam Smith de Washington, Jim Himes de Connecticut, Joe Morelle de Nova Iorque e Susan Wild da Pensilvânia, expressaram o desejo de que Biden se demitisse. Muitos destes legisladores favorecem Harris como candidato do partido.

Por outro lado, os deputados Maxine Waters e Bobby Scott manifestaram o seu apoio à candidatura de Biden à reeleição. Jeffries, no entanto, ainda não divulgou publicamente a sua posição sobre o assunto.

Resiliência da trilha de campanha
Implacável com a discórdia interna, Biden continuou a sua viagem pela Pensilvânia, dirigindo-se para uma igreja predominantemente negra em Filadélfia antes de seguir para Harrisburg. Num momento alegre, abraçou o meme “Dark Brandon”, um termo originalmente concebido como um insulto pelos republicanos, mas posteriormente recuperado pela campanha de Biden.

Ao partir para a Casa Branca, Biden afirmou a sua preparação para a próxima cimeira da NATO, respondendo com um confiante “Estou pronto para o trabalho” quando questionado pelos repórteres.

Dinâmicas partidárias e perspectivas futuras
O debate interno é ainda mais complicado pelos esforços do senador Mark Warner, da Virgínia, que está alegadamente a mobilizar os democratas do Senado para solicitar a retirada de Biden como provável candidato durante uma reunião na Casa Branca na segunda-feira.

Ao aparecer no programa "Meet the Press" da NBC, Schiff destacou as preocupações generalizadas sobre o desempenho de Biden e instou o presidente a decidir se pode responder de forma convincente a estas dúvidas. Também enfatizou o potencial de Harris para garantir uma vitória decisiva se ela se tornasse a nomeada.

O senador Bernie Sanders, do Vermont, embora reconheça a idade e a diminuição da articulação de Biden, continua a apoiar o presidente. Sanders enfatizou a importância de políticas que beneficiem a classe trabalhadora americana e desafiou Biden a manter o foco nestas questões.

O senador do Connecticut, Chris Murphy, também reconheceu a urgência da situação, afirmando que o presidente tem uma janela limitada para dissipar as dúvidas dentro do partido.

A batalha mais ampla
À medida que os Democratas enfrentam divisões internas, o contexto mais amplo continua repleto de desafios. Desde batalhas jurídicas contra interesses poderosos até à luta pela acção climática e pela liberdade de imprensa, o panorama político é cada vez mais complexo. As campanhas de desinformação e as influências autoritárias complicam ainda mais os esforços para defender os princípios democráticos.

Neste ambiente volátil, a decisão do Partido Democrata relativamente ao seu candidato terá implicações profundas para as eleições de 2024 e mais além. O compromisso de Biden em reunificar a América será testado não só por adversários externos, mas também pela unidade e determinação dentro das suas próprias fileiras.


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