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“Elevado nível de interesse” nas novas leis da vida noturna de Lisboa
A Câmara Municipal de Lisboa recebeu “cerca de 150” contributos para as três propostas submetidas a consulta pública para alcançar o equilíbrio entre o direito ao descanso dos residentes e a atividade económica noturna.
“Tendo em conta o número de contributos recebidos (cerca de 150 no total das três propostas) e os pedidos de reunião recebidos, verifica-se um elevado nível de interesse, superior ao registado noutras consultas públicas”, afirma a Câmara Municipal de Lisboa ( CML ). .
Por sugestão da CML, novas medidas “para garantir o equilíbrio entre o direito ao descanso e a atividade económica noturna”, incluindo a proibição da venda de bebidas alcoólicas fora da 01h00 no Bairro Alto, Beca, Cais do Sodré e Santos, estão em consulta pública há 30 dias, período que terminou na segunda-feira.
A criação de um fuso horário às 23 horas na Rua de São Paulo, aplicável apenas aos estabelecimentos que não cumpram os requisitos urbanísticos exigidos para a sua atividade económica, é outra proposta.
Propõe-se ainda a alteração do regulamento relativo ao horário de funcionamento dos estabelecimentos de venda ao público e prestação de serviços no Concelho de Lisboa, para que os estabelecimentos equiparados a lojas de conveniência e de venda de bebidas alcoólicas fechem às 22h00 e que o horário de funcionamento dos estandes serão diferenciados dos estabelecimentos, com horário máximo de 24h.
Dado que o prazo para envio de dados durante a consulta pública expirou há dois dias, a CML considera “prematuro” realizar uma análise completa do processo participativo.
“Todos os contributos serão cuidadosamente analisados e documentados num relatório detalhado e só depois de analisados todos os argumentos e propostas apresentadas será possível avaliar as principais preocupações e propostas que devem ser incluídas”, afirma a autarquia.
Questionada sobre o conteúdo dos “cerca de 150” contributos recebidos, a CML explica que a informação prestada pelos participantes será agora classificada na fase administrativa na sequência do processo de consulta pública, altura em que será determinado o tipo de contributos.
Sobre quando as novas medidas voltarão a ser discutidas pela Câmara e quando se prevê que entrem em vigor, a autarquia indica que “não há uma data específica neste momento”.
E acrescenta: “O agendamento dependerá do tempo necessário para a conclusão da análise e consideração, esperando-se que esse período seja o mais curto possível”.
Residentes e comerciantes exigentes
“Céticos”
No Bairro Alto, ponto de referência da vida noturna lisboeta que enfrenta o agravamento dos problemas associados à vida noturna, vão receber mais fiscalização e estão “um pouco cépticos” relativamente às propostas da Câmara..
A venda e consumo de “demasiado álcool” é uma preocupação comum dos moradores e comerciantes do Bairro Alto, na freguesia da Misericórdia, que alertam para a presença de estabelecimentos a funcionar como bares, mas com licença para casas de chá, ainda que a urbanização Plano para Bairro Alto e Pica proíbe abertura de novos bares.
Na opinião do presidente da Associação de Moradores da Freguesia da Misericórdia, Luís Paisana, a proibição da venda de álcool na via pública a partir da 01h00 é “tardia”, a fiscalização “não funciona como deveria” e a a lei de licença de soma zero, que facilita a abertura de estabelecimentos, “deveria ser limitada ou proibida”.
Defendendo que o direito ao descanso é “intocável”, o presidente da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, Hilário Castro, critica a existência de “cervejeiros que frequentam todo este ambiente, porque quanto mais vendem melhor”, e queixa-se ainda que depois do os estabelecimentos estão fechados. Ninguém vigia ou controla as ruas.
Demissões
Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Restaurantes, Bares e Diversão Noturna, Ricardo Tavares, defende que se as propostas da câmara avançarem, os despedimentos e as falências de estabelecimentos da cidade vão aumentar.
Para a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), as propostas da Câmara para equilibrar o direito dos residentes ao descanso e a atividade económica noturna são “um monte de nada”, até porque há dois anos que pede uma proibição da venda de bebidas alcoólicas na rua a partir das 01h00. Não houve “resposta única” a este pedido.