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A parceria estratégica de Marrocos com a Europa: uma aliança multifacetada
Num discurso convincente aos parceiros europeus no Congresso do Partido Popular Europeu (PPE) de 2025, em Valência, Nizar Baraka, Secretário-Geral do Partido Istiqlal, destacou a importância estratégica de Marrocos como parceiro crucial para a União Europeia (UE).
Baraka delineou os principais sectores de colaboração entre Marrocos e os países da UE, dando grande ênfase às iniciativas conjuntas que visem travar a migração irregular, reforçar os laços económicos e promover projectos de energias renováveis.
O político marroquino destacou a importância de apoiar a Iniciativa de Autonomia de Marrocos para o Saara como um passo vital para alcançar a estabilidade regional no Mediterrâneo.
Alinhamento político no Saara
Durante o seu discurso, Baraka fez um apelo directo ao apoio europeu relativamente à principal prioridade diplomática de Marrocos: o reconhecimento do seu Plano de Autonomia para o Saara. Esta iniciativa, que propõe uma autogovernação substancial, mantendo a soberania marroquina, já recebeu o apoio dos Estados Unidos, de 22 estados-membros da UE e de vários outros países em todo o mundo.
Baraka esclareceu as complexidades que rodeiam o antigo conflito sobre o Saara, afirmando que este gera inúmeros desafios para Marrocos e os seus aliados estratégicos. Declarou: “Se queremos realmente garantir a paz, a estabilidade e a prosperidade ao longo das fronteiras europeias, então devemos apoiar a Iniciativa de Autonomia Marroquina para o Saara”, descrevendo-a como “o único caminho real para pôr fim ao conflito que tem prejudicado uma região inteira há mais de 50 anos”.
A resolução do diferendo do Saara, um dos conflitos territoriais mais duradouros de África, abriria caminho a uma maior integração regional no noroeste de África, o que, segundo Baraka, serviria também os interesses europeus.
Marrocos, um aliado europeu indispensável
Marrocos posicionou-se como um aliado fundamental da Europa no enfrentamento dos desafios de segurança decorrentes do sul do Mediterrâneo. A partilha de informações e a coordenação operacional entre Marrocos e as nações europeias, particularmente Espanha, resultaram em reduções significativas dos fluxos de migração irregular. Esta parceria tornou-se cada vez mais crucial à medida que a Europa enfrenta pressões migratórias complexas e ameaças à segurança em evolução. Os analistas observam que a localização estratégica e a estabilidade institucional de Marrocos o qualificam exclusivamente para actuar como um amortecedor para os interesses europeus. Além disso, a experiência do país em matéria de contraterrorismo e gestão de fronteiras serve como um recurso valioso nos cálculos estratégicos da Europa.
Revolução energética: Marrocos, do consumidor ao fornecedor
Um aspecto transformador das relações Marrocos-UE é no sector energético, uma vez que o país deixa de depender do fornecimento de energia estrangeiro para se tornar um fornecedor-chave de energia verde. Baraka observou que Marrocos já demonstrou o seu papel no atendimento das necessidades energéticas da Europa através da sua interligação eléctrica com Espanha.
Destacou a infra-estrutura energética existente que liga as redes eléctricas de ambos os continentes. Baraka mencionou ainda os ambiciosos planos de Marrocos para emergir como um “campeão do hidrogénio verde”, alavancando os seus recursos solares e eólicos competitivos.
Marrocos pretende atingir 52% da sua geração de eletricidade a partir de recursos renováveis até 2030, refletindo o seu compromisso com a energia verde e posicionando-se como um parceiro crucial para os objetivos climáticos da UE.
Integração económica: impulsionar a competitividade europeia
As relações económicas Marrocos-UE vão para além do comércio tradicional; o país está a tornar-se um pólo transformador que melhora, em vez de ameaçar, a competitividade industrial europeia. Os fabricantes europeus de setores como o automóvel, a produção de baterias e o aeroespacial estabeleceram operações substanciais em Marrocos, beneficiando de “recursos humanos qualificados” e de “plataformas de logística e conectividade de classe mundial”, como observou Baraka.
Estes investimentos permitem às empresas europeias manter a sua vantagem competitiva, minimizando as pegadas de carbono, graças à expansão da capacidade de energia renovável de Marrocos. Este acordo promove um cenário vantajoso para todos, em que ambos os parceiros colhem benefícios económicos.
A parceria receberá um impulso significativo quando Marrocos for co-anfitrião do Campeonato do Mundo de Futebol de 2030, juntamente com Espanha e Portugal, num evento enquadrado por Baraka como uma celebração da "parceria complementar entre África e Europa".
À medida que a competição geopolítica global se intensifica, a oferta multifacetada de parceria de Marrocos apresenta à Europa uma estratégia abrangente para proteger a sua vizinhança a sul. Os próximos anos revelarão se os líderes europeus abraçarão plenamente a aliança que Baraka defendeu tão apaixonadamente.
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