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Investimentos russos em Marrocos: um novo impulso para a cooperação económica entre Moscovo e Rabat
As relações económicas entre Marrocos e a Rússia têm tido um crescimento significativo nos últimos tempos, com a chegada de várias empresas russas que investiram no setor agrícola em Marrocos. Isto marca o início de uma nova fase de parceria estratégica entre os dois países. Estas empresas assinaram acordos de cooperação com empresas marroquinas, visando a reforma dos terrenos agrícolas e a digitalização do sector agrícola. Foram lançados projectos concretos para melhorar os sistemas de irrigação e utilizar tecnologias modernas na agricultura, uma medida que reflecte o desejo de ambas as partes de melhorar a produtividade e de enfrentar os desafios ambientais enfrentados por este sector vital.
Mas a cooperação russo-marroquina não se limita ao sector agrícola. Abrange também diversas áreas estratégicas. Um dos projetos em destaque é o acordo assinado entre a empresa russa Rosatom e um parceiro marroquino para a implementação de projetos de dessalinização de água do mar com recurso a tecnologias inovadoras. Este projeto insere-se no desejo de Marrocos de encontrar soluções sustentáveis para a crise de escassez de água, agravada pela seca e pelas alterações climáticas, tornando esta cooperação com a Rússia ainda mais estratégica.
No sector da indústria pesada, a empresa russa Kamaz, um dos maiores fabricantes de camiões, está a planear estabelecer uma fábrica de montagem de camiões em Marrocos após vários anos de negociações. Este projecto não só ajudará a reforçar a posição de Marrocos como centro industrial regional, como também criará novas oportunidades de emprego e facilitará a transferência de tecnologia, apoiando assim a economia nacional. Além disso, o governo russo incentiva as pequenas e médias empresas das regiões de Angara e Irkutsk a explorar oportunidades de investimento em Marrocos, particularmente nos setores agroalimentar e químico, o que ajuda a diversificar as áreas de cooperação e a reforçar o comércio entre os dois países.
Perante esta dinâmica, surge uma questão: qual a posição da Argélia em relação a estes investimentos e acordos? A Argélia mantém tradicionalmente relações estreitas com a Rússia, particularmente nos sectores militar e energético, sendo a Rússia um dos principais fornecedores de armas da Argélia. Além disso, a cooperação no sector do petróleo e do gás constitui um importante pilar das relações entre os dois países. No entanto, ao contrário de Marrocos, que enfatiza a diversificação das suas parcerias económicas e a atração de investimento estrangeiro em setores-chave como a agricultura e a indústria, a Argélia parece menos aberta a projetos de investimento russos fora da energia e da defesa.
A Argélia, enfrentando desafios económicos internos e uma forte dependência das receitas provenientes dos hidrocarbonetos, não parece ainda ser um destino preferencial para as empresas russas em áreas como a dessalinização da água ou a indústria pesada, provavelmente devido à falta de uma estratégia clara para diversificar a sua economia ou à ausência de um ambiente de investimento favorável. Por outro lado, Marrocos parece ser uma porta de entrada estratégica para a Rússia nos mercados africanos, beneficiando da sua posição geográfica favorável, da sua estabilidade política e das suas políticas económicas abertas.
Os investimentos russos em Marrocos parecem, portanto, marcar o início de uma nova era de cooperação bilateral, combinando a necessidade de Marrocos de tecnologias e conhecimentos russos, por um lado, e o desejo da Rússia de alargar a sua influência económica em África, por outro. Esta parceria pode constituir um modelo de cooperação Sul-Sul, especialmente se os seus objectivos de reforçar a segurança alimentar e hídrica e desenvolver a indústria local forem alcançados. Por último, Marrocos continua a reforçar a sua posição como um importante actor económico em África, enquanto a Rússia se está a estabelecer como um parceiro estratégico com o objectivo de aumentar a sua presença para além dos seus mercados tradicionais. Quanto à Argélia, poderá deparar-se com o desafio de reavaliar as suas estratégias económicas para acompanhar esta dinâmica de investimento em que o seu vizinho Marrocos participa activamente.
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