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Henna celebrada no âmbito do Património Cultural Imaterial da UNESCO
A hena, tanto a planta como a antiga arte de decoração corporal, foi oficialmente adicionada à lista do Património Cultural Imaterial da UNESCO durante a 19ª sessão da organização em Assunção, no Paraguai. Este reconhecimento destaca o significado cultural e histórico da hena em todo o mundo árabe e fora dele, onde simboliza os marcos da vida, as celebrações e uma ligação à tradição.
“A Henna simboliza o ciclo da vida de um indivíduo, desde o nascimento até à morte, e está presente nos principais marcos desta viagem”, afirmou a UNESCO no anúncio.
A hena, derivada das folhas secas e moídas da planta da hena, é tradicionalmente transformada em pasta e aplicada na pele em desenhos complexos, principalmente nas mãos e nos pés das mulheres durante casamentos ou outras ocasiões comemorativas. Além da arte corporal, a hena é utilizada para pintar o cabelo e trazer bênçãos ou boa sorte, mesmo aos recém-nascidos. A sua aplicação é muitas vezes acompanhada de contos ou canto, acrescentando uma camada adicional de riqueza cultural à prática.
A candidatura ao reconhecimento da UNESCO foi apoiada por 16 países árabes, incluindo Marrocos. Os designs da Henna variam significativamente consoante a região: no Norte de África, incorporam frequentemente motivos Amazigh, enquanto a Península Arábica e o Sudeste Asiático privilegiam padrões florais ousados.
As raízes da Henna remontam ao antigo Egito, onde era utilizada tanto para fins decorativos como práticos. A natureza temporária dos seus corantes, que pode durar desde alguns dias até várias semanas, reflete a sua adaptabilidade e apelo duradouro.
Uma vitória para o património cultural marroquino
A herança cultural de Marrocos ganhou ainda mais reconhecimento durante a sessão, uma vez que a nação se opôs com sucesso à tentativa da Argélia de reivindicar o “Caftan el-ntaa”, uma peça de vestuário tradicional marroquina, como parte do seu próprio arquivo cultural. Num movimento histórico, o embaixador de Marrocos na UNESCO, Samir Addaher, levantou uma objecção que foi formalmente aceite pela comissão.
Este desenvolvimento marca um passo significativo na protecção do património marroquino. Não é a primeira vez que tal disputa surge, mas a decisão da UNESCO reforça a importância de salvaguardar as práticas culturais contra a apropriação indevida.
O comité continuará as suas deliberações em Assunção até 7 de dezembro, analisando um total de 66 elementos culturais nomeados para a lista, mostrando ainda mais a diversidade das tradições globais.
A inclusão da hena por Marrocos na lista da UNESCO e a defesa do seu património cultural sublinham o compromisso do país em preservar e celebrar as suas ricas tradições para as gerações futuras.
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