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Parlamento da União Europeia rejeita debate sobre acordos com Marrocos, reafirmando parceria estratégica

Parlamento da União Europeia rejeita debate sobre acordos com Marrocos, reafirmando parceria estratégica
Terça-feira 08 - 20:00
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Num movimento decisivo, o Parlamento Europeu rejeitou uma tentativa de debater as recentes decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJCE) relativas aos acordos de pesca e agricultura Marrocos-União Europeia. Este desenvolvimento marca um revés significativo para os legisladores pró-separatistas e sublinha o empenho da União Europeia na sua parceria com Marrocos.

A proposta, apresentada pelo grupo The Left, visava colocar as decisões do TJE na agenda parlamentar. No entanto, enfrentou forte oposição por parte de deputados do Parlamento Europeu (MEP) de várias facções políticas. Esta rejeição serve como uma mensagem clara contra o movimento separatista pelo Sahara, cuja influência parece estar a diminuir nas instituições da União Europeia.

Esta decisão parlamentar segue-se a uma declaração conjunta da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Alto Representante da União Europeia, Josep Borrell. A sua declaração reafirmou o firme compromisso do bloco com a sua parceria com Marrocos, sublinhando a importância de preservar e reforçar as relações bilaterais em todas as áreas. A declaração invocou o princípio “pacta sunt servanda” (os acordos devem ser cumpridos), destacando a intenção da União Europeia de honrar os seus compromissos.

As decisões do TJCE, que questionaram a inclusão de produtos do Saara nos acordos União Europeia-Marrocos, provocaram tensões diplomáticas. Marrocos contestou veementemente estas conclusões, acusando o tribunal de “preconceito político flagrante” e de “erros jurídicos evidentes”. A nação norte-africana reiterou a sua determinação em proteger a sua integridade territorial e recusa aceitar qualquer acordo que possa comprometer a sua soberania.

Embora reconhecendo as decisões do TJE, a União Europeia salientou o seu compromisso contínuo com a sua parceria estratégica com Marrocos. Espanha, um interveniente fundamental na dinâmica regional, partilha este sentimento. O Ministro da Agricultura espanhol, Luis Planas, afirmou a força duradoura dos laços bilaterais entre as duas nações.

A rejeição da proposta pró-separatista pelo Parlamento Europeu envia uma mensagem clara de apoio a Marrocos e às suas reivindicações territoriais. Salienta ainda a determinação da União Europeia em manter uma relação sólida e produtiva com um parceiro crucial no Norte de África.

Este desenvolvimento realça a complexa interação entre as decisões jurídicas, as relações diplomáticas e as parcerias estratégicas no envolvimento da União Europeia com os seus vizinhos do sul. À medida que a situação evolui, será crucial monitorizar a forma como a União Europeia equilibra as suas obrigações legais com os seus interesses geopolíticos na região.