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O trágico número de vítimas: jornalistas palestinos em Gaza enfrentam ataques mortais

O trágico número de vítimas: jornalistas palestinos em Gaza enfrentam ataques mortais
Quinta-feira 01 Agosto 2024 - 17:25
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Cidade de Gaza, Faixa de Gaza - O número de mortos entre jornalistas palestinos chegou a impressionantes 165 desde 7 de outubro, conforme confirmado pelo escritório de mídia do governo de Gaza. Este marco sombrio segue as recentes mortes do jornalista da Al Jazeera Ismail al-Ghoul e do cinegrafista Rami al-Refee, que foram mortos por um ataque aéreo israelense em Gaza.

Em uma declaração solene, o escritório de mídia condenou o ataque, rotulando-o como um “crime hediondo” e responsabilizando Israel. Eles instaram a comunidade internacional e as organizações de mídia a pressionar Israel para interromper essas violações em andamento.

Os dois jornalistas, associados à Al Jazeera Arabic, perderam suas vidas no campo de al-Shati no norte de Gaza. Seu carro, claramente marcado como um veículo de imprensa, foi atingido logo após eles terem concluído sua reportagem perto da casa do líder do Hamas Ismael Haniyeh, que havia sido alvo de uma operação israelense anterior em Teerã. Apesar de usarem coletes de imprensa, al-Ghoul e al-Refee foram atacados enquanto estavam a caminho do Hospital Batista seguindo ordens das forças israelenses para deixar a área.

Este incidente ressalta o ambiente perigoso para jornalistas em Gaza, já considerada a zona de conflito mais mortal para profissionais da mídia no mundo todo. O Committee to Protect Journalists, sediado em Nova York, relatou que 111 profissionais da mídia foram mortos desde o início do conflito, marcando um período de perigo sem precedentes desde que a organização começou a rastrear tais dados em 1992.

Anas al-Sharif, um jornalista que reporta de Gaza, estava presente no hospital para onde os corpos de al-Ghoul e al-Refee foram levados. Ele falou sobre o profundo comprometimento de Ismail al-Ghoul em documentar a situação dos palestinos deslocados e feridos em Gaza.

“Ismail se dedicou a transmitir o sofrimento dos palestinos deslocados e dos feridos, destacando os massacres cometidos pela ocupação [israelense] contra o povo inocente em Gaza”, afirmou al-Sharif.

Ele sugeriu que Israel pode estar tentando suprimir a disseminação dessas imagens e reportagens, seja atacando diretamente jornalistas ou suas famílias e locais de cobertura. 

O editor-chefe da Al Jazeera, Mohamed Moawad, prestou homenagem a Ismail al-Ghoul na plataforma de mídia social X, reconhecendo sua dedicação inabalável ao seu povo e à sua terra natal, apesar dos enormes desafios.

“Ismail era conhecido por seu profissionalismo e dedicação, trazendo a atenção do mundo para o sofrimento e as atrocidades cometidas em Gaza, especialmente no Hospital Al-Shifa e nos bairros do norte. Sem Ismail, o mundo não teria visto as imagens devastadoras desses massacres”, escreveu Moawad.

À medida que o conflito continua, os perigos enfrentados pelos jornalistas em Gaza continuam sendo um lembrete gritante do alto custo de trazer a verdade à tona em tempos de guerra.