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Alerta de saúde: Uma nova cepa de Mpox foi declarada emergência pública pela União Africana
Os Centros de Controlo de Doenças da União Africana (CDC) declararam oficialmente na terça-feira que uma nova estirpe do vírus Mpox constitui agora uma emergência de saúde pública no continente. Este alerta marca um passo crucial na luta contra esta doença, anteriormente conhecida como varíola dos macacos , cuja propagação está a acelerar na República Democrática do Congo (RDC).
Um comité de especialistas apoiou por unanimidade esta afirmação, sublinhando que esta nova variante do vírus é a mais perigosa alguma vez observada. Endémico em partes da África Ocidental e Central, o mpox está a registar um ressurgimento preocupante este ano, com casos notificados em pelo menos 16 países africanos. No final de Julho, o CDC documentou um total de 37.583 casos desde 2022, incluindo 1.451 mortes espalhadas por 15 estados membros da União Africana.
Perante esta situação preocupante, o CDC alerta que o vírus pode ficar fora de controlo, apelando a um aumento do fornecimento de vacinas. “A varíola não é apenas um problema africano, é uma ameaça global que transcende fronteiras, raças e crenças”, disse Jean Kaseya, diretor executivo da ACDC. Acrescentou que este vírus realça vulnerabilidades globais e é essencial aprender com a experiência da pandemia de Covid-19 .
Michael Marks, professor da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, levantou a possibilidade de transmissão internacional, ao mesmo tempo que enfatizou a importância de uma resposta global que apoie os países mais afectados, como a RDC. Sublinhou também que a ênfase deve ser colocada no acesso às vacinas e aos cuidados para as populações em risco, em vez de uma reacção puramente defensiva dos países europeus.
Declarar uma emergência de saúde pública poderia mobilizar recursos cruciais para as nações africanas, incluindo o desencadeamento de mecanismos de financiamento específicos. No que diz respeito à nova estirpe, os especialistas observam diferenças significativas entre as taxas de mortalidade na África Ocidental e Central, com a RDC a registar uma taxa de letalidade de 4%, embora este número possa estar subestimado devido aos muitos casos não diagnosticados.
A transmissão do vírus ocorre principalmente através do contacto directo com lesões infecciosas, o que tem levado a epidemias em vários países africanos. As autoridades de saúde sublinham a importância das vacinas para conter a propagação, embora subsistam desafios, incluindo doses insuficientes disponíveis e a desconfiança das pessoas na vacinação.
Por último, os especialistas apelam a uma campanha de informação clara para combater a desinformação e incentivar a vacinação, um grande desafio num contexto onde os mitos e a desconfiança ainda estão profundamente enraizados.